Jorge Jesus mais perto da “festa muito bonita” que tanto ambiciona

Com golos de Lima e Ola John, o Benfica foi a Paços de Ferreira ganhar por 2-0, na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, e ficou próximo da final da prova onde não marca presença há oito anos

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Lima marcou o primeiro golo do Benfica em Paços Rui Farinha
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A segunda mão da meia-final está marcada para dia 17 de Abril Rui Farinha

O duelo ainda vai a meio, mas o xeque-mate já está feito. O Benfica alcançou nesta quarta-feira, em Paços de Ferreira, uma importante vantagem na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal e apenas uma hecatombe afastará os “encarnados” da final da prova, algo que Jorge Jesus nunca conseguiu como treinador. Após uma primeira parte demasiado expectante, Lima e Ola John marcaram os golos da justa vitória benfiquista por 2-0.

Quatro dias depois de uma importante vitória para o campeonato, em Braga, o Benfica regressou ao norte do país, para novo confronto de alto risco e Jorge Jesus, que voltou a não contar com Cardozo, repetiu a fórmula de sucesso utilizada frente aos bracarenses. Ao contrário do que é habitual, Jesus abdicou de alinhar com dois pontas-de-lança, colocando Lima sozinho na frente do ataque. Mas se a receita escolhida para Paços de Ferreira era a mesma de Braga, nem todas as peças no puzzle benfiquista coincidiram com as do jogo anterior. Em relação ao “onze” benfiquista que iniciou a partida contra os “arsenalistas”, a fórmula de Jesus apresentou quatro modificações e a surpresa foi a titularidade de Pablo Aimar.

Depois de ter sido titular contra o Celtic (Liga dos Campeões) e Académica (Taça da Liga), o argentino voltou a entrar no “onze” de Jesus com a missão de interpretar o papel que foi de Gaitán em Braga: jogar como “10”, no apoio a Lima. Para além de Aimar, as outras caras novas na equipa inicial “encarnada” foram André Almeida (no lugar de Maxi), André Gomes (substituiu Enzo Perez que ficou fora dos 18) e Garay (reconquistou a titularidade, relegando Jardel para o banco).

Com um saldo 100% vitorioso nos últimos 11 jogos em que tinha defrontado o Paços de Ferreira, Jesus voltou a sublinhar, na antevisão da partida, a importância que dá à Taça de Portugal e lembrou que um triunfo na prova é algo que ainda não consta no seu currículo. No entanto, para marcar presença numa “festa muito bonita”, onde o Benfica está ausente há oito anos, primeiro era preciso ultrapassar a equipa-sensação do futebol português.

A apenas um ponto do terceiro lugar no campeonato, Paulo Fonseca, treinador dos pacenses, deixou o alerta antes do jogo: “Se queremos ter esperança em estar na final temos que ganhar em casa ao Benfica.”

Com os suspeitos do costume no “onze”, o Paços de Ferreira entrou no jogo sem medo e logo aos 7’, Cícero teve nos pés o primeiro golo: Josué estendeu a passadeira ao avançado, mas o “9” pacense, só com Artur pela frente, atrapalhou-se com a bola e perdeu a oportunidade de voltar a marcar ao Benfica, tal como tinha acontecido no jogo do campeonato.

O Benfica, expectante, jogava com demasiada cautela e, quinze minutos depois, foi o peruano Hurtado, mais uma vez a passe de Josué, a perder a oportunidade de marcar.

Só a partir desse momento, o Benfica apareceu e, aos 24’, os lisboetas tiveram a primeira oportunidade de golo: grande passe de André Gomes para Gaitán, mas o argentino foi lento a decidir e perdeu a bola. Nove minutos mais tarde, após óptima combinação entre Lima e Aimar, o brasileiro rematou ligeiramente ao lado. Apesar de os primeiros 45 minutos terem sido bem disputados, o 0-0 reflectia bem o excesso de respeito pelo rival apresentado pelas duas equipas.

O segundo tempo voltou a começar com muitas cautelas, mas aos 58’, poucos segundos depois de Jesus trocar Aimar por Ola John, a classe dos jogadores do Benfica desfez o nó pacense: Salvio desequilibrou na direita e ofereceu a Lima o primeiro golo do jogo.

O golo tranquilizou os “encarnados” e o Paços não soube reagir. Paulo Fonseca demorou muito tempo a perceber que Vítor era mais problema que solução e, aos 70’, o médio viu o vermelho directo e acabou com as esperanças pacenses que, cinco minutos depois, sofreram o segundo golo, apontado por Ola John.

O vencedor da partida estava decidido, mas apesar de o Benfica ter a eliminatória na mão, vai ter que esperar mais de dois meses e meio para saber se, oito anos depois, regressa ao Jamor: a segunda-mão apenas será disputada a 17 de Abril. Coisas do futebol português.

Ficha de Jogo

P. Ferreira, 0

Benfica, 2

Jogo no Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira.

Assistência Cerca de 3.500 espectadores

P. Ferreira Cássio, Diogo Figueiras, Tiago Valente, Ricardo, Antunes, André Leão (Caetano, 72’), Luiz Carlos, Vítor, Hurtado (Manuel José, 81’), Josué e Cícero (Jaime Poulsen, 87’). Treinador Paulo Fonseca.
 
Benfica Artur, André Almeida (Maxi Pereira, 85’), Luisão, Garay, Melgarejo, Matic, André Gomes, Pablo Aimar (Ola John, 58’), Salvio, Nico Gaitán (Rodrigo, 71’) e Lima.
 
Árbitro Cosme Machado (Braga). Amarelos  André Gomes (41’), Pablo Aimar (42’), Tiago Valente (51’), André Leão (52’), André Almeida (60’) e Matic (77’). Vermelho Vítor (70’)
 
Golos 0-1, por Lima (58'); 0-2 por Ola John (75').
 

 
 
 
 

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