Banco de Portugal e CMVM investigam investimentos de Sobrinho no Sporting

As autoridades de supervisão financeira portuguesas confirmaram as investigações.

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Álvaro Sobrinho investiu forte no Sporting Enric Vives-Rubio

O Banco de Portugal (BdP) e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) estão a investigar os investimentos feitos pelo antigo presidente do BES Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, em cotadas portuguesas, entre as quais, a SAD do Sporting.

A informação consta da resposta enviada pelo supervisor do mercado de capitais português a dois requerimentos apresentados pelo deputado Duarte Marques, do PSD, entretanto disponibilizada na lista de documentos relativos à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES/GES, na página oficial da Assembleia da República.

"No âmbito das atribuições da CMVM e em articulação, designadamente, com o Banco de Portugal [BdP], estão em curso e serão realizadas as diligências reputadas necessárias e adequadas ao apuramento da origem e ao acompanhamento das operações financeiras referenciadas nas perguntas feitas pelo senhor deputado", lê-se no documento enviado na passada quarta-feira ao parlamento pela entidade liderada por Carlos Tavares.

Esta resposta surgiu quase dois meses depois de o deputado social-democrata ter enviado dois requerimentos à CMVM.

Num deles, Duarte Marques questiona se "os movimentos financeiros e investimentos feitos pelo dr. Álvaro Sobrinho mereceram da parte da CMVM algum rastreio no que diz respeito à origem desses capitais" e se "está a CMVM disposta a verificar e seguir o rasto e a origem das verbas utilizadas por empresas detidas ou geridas pelo dr. Álvaro Sobrinho na aquisição ou investimento em empresas em Portugal, cotadas ou não".

No final do ano passado, num esclarecimento feito pela Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Sporting à CMVM, ficou a saber-se que a empresa angolana Holdimo, ligada a Álvaro Sobrinho, já detinha quase 30% da SAD do clube "leonino".

Na sua resposta, a CMVM salientou ainda que é da sua competência a "realização das diligências de acompanhamento e fiscalização do cumprimento das normas jurídicas aplicáveis que, no limite, podem resultar na instauração e instrução de quaisquer procedimentos contraordenacionais ou na remessa de elementos relevantes para as autoridades competentes, em matéria de crime".

E acrescentou: "Deste âmbito não se excluem as operações financeiras e investimentos realizados em Portugal, pelo dr. Álvaro Sobrinho ou por empresas detidas ou geridas pelo referido ex-presidente do BESA, sempre que se venha a revelar pertinente a aferição da origem, condições de obtenção e movimentos de capital, sobretudo quando tais tenham por fonte ou se destinem a financiar o recurso ou investimento em mercado de capitais"

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