Para trás ficaram seis jogos oficiais em 30 dias, mas depois de ter arrancado no passado sábado para um ciclo onde terá em três semanas mais meia dúzia de duelos, a grande maioria de grau de dificuldade elevada, Julen Lopetegui terá pela primeira vez na sua carreira de treinador de se preocupar com a gestão de um plantel. Na estreia na Liga dos Campeões, o técnico do FC Porto garante que o que se passou em Guimarães já está esquecido e que vai tentar “apresentar a equipa mais equilibrada” contra o BATE Borisov.

No domingo houve um jogo intenso em Guimarães e como até 5 de Outubro o FC Porto terá pela frente o Boavista, o Sporting, o Shakhtar e o Sp. Braga, uma das principais dúvidas para estreia de Julen Lopetegui na fase de grupos da Liga dos Campeões é saber como é que o técnico basco vai gerir o plantel. Em teoria, Lopetegui deverá realizar apenas uma alteração em relação ao encontro do fim-de-semana passado no Estádio D. Afonso Henriques (Tello no lugar de Quintero), mas na antevisão da primeira jornada do Grupo H o espanhol foi evasivo sobre as suas apostas, apesar de o discurso deixar antever que as poupanças podem ficar para o derby portuense no próximo domingo.

Embora para a esmagadora maioria dos adeptos portistas o nome BATE Borisov provoque poucos arrepios, Lopetegui gastou grande parte dos minutos da sua primeira conferência de imprensa de antevisão de um jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões a elogiar o rival. Para o treinador de Asteasu, os bielorrussos são um “adversário muito organizado, com experiência na fase de grupos, muito competitivo e com bons jogadores”. O técnico considera que por isso os “dragões” vão ter que estar ao melhor nível: "Será difícil, será duro, será um jogo longo e, por isso, teremos de fazer bem as coisas continuadamente para podermos ganhar.”

Ainda na ressaca do primeiro jogo onde o FC Porto sofreu golos e não venceu em 2014-15, Lopetegui deixou a certeza de que o empate no domingo para o campeonato já é passado: “Já todos nos esquecemos do que se passou em Guimarães. Os jogadores estão com grande ambição e vontade para o jogo de amanhã, é o único que nos interessa.” “Isto é a Champions e, por isso, todos os jogos são complicados. Sou muito pragmático: o que se fez antes, tanto eles como nós, não quer dizer nada. Amanhã [hoje] é um novo jogo. Temos que mostrar o nosso trabalho, a nossa organização e o nosso talento. Ninguém vence por antecipação. Na Champions não existem favoritos e teremos de ser muito fortes para vencer o BATE”, acrescentou.

Lopetegui fez questão ainda de sublinhar que o BATE Borisov “prepara a Champions quase exclusivamente pois ganha confortavelmente vantagem no seu campeonato”, mas os bielorrussos não vão entrar no Estádio do Dragão com o problema interno resolvido. O adversário dos portistas venceu a fase regular do seu país com dois pontos de vantagem sobre o Dinamo Minsk, que afastou o Nacional na Liga Europa, mas na primeira jornada do play-off do campeonato bielorusso, disputado no último fim-de-semana, a formação de Borisov começou com um comprometedor empate caseiro contra o Torpedo Zhodino.

Numa equipa de ilustres desconhecidos, merecem destaque o defesa central Egor Filipenko e os médios Edgar Olekhnovich e Sergey Krivets, habitualmente titulares pela selecção Bielorrússia.