Anderson coloca continuidade de Djokovic em suspenso

Serena Williams reencontra Victoria Azarenka nesta terça-feira, em Wimbledon

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Kevin Anderson está a dar muito trabalho a Novak Djokovic GLYN KIRK/AFP

Se Kevin Anderson pudesse defrontar um tenista do passado no court central de Wimbledon, escolheria Boris Becker. “Ele era um jogador muito físico com um grande serviço, vinha à rede e mexia-se muito bem”, justificou o sul-africano. E foi a jogar “à Becker” que Anderson ganhou os dois primeiros sets ao tricampeão de Wimbledon, Novak Djokovic. O líder do ranking reagiu e igualou as duas partidas seguintes, mas a falta de luz natural, adiou para esta terça-feira o desfecho do último encontro dos oitavos-de-final. “Vou sonhar com a sua voz”, disse Becker no final a Kelsey Andersen, que não se cansou de incentivar o marido.

Djokovic não perde antes dos quartos-de-final de um torneio do Grand Slam desde 2009. Mas para se saber se essa série, a melhor entre os jogadores em actividade, se vai manter será preciso esperar pelo reatamento do encontro, interrompido ao fim de três horas de jogo: 6-7 (6/8), 6-7 (6/8), 6-1, 6-4. Anderson deverá estar agradecido por poder recuperar energias, pois já não estava a conseguir repetir o nível de ténis ofensivo com que dominou as duas primeiras horas de jogo. O sul-africano venceu os últimos cinco encontros que disputou em cinco sets, enquanto Djokovic venceu os derradeiros quatro. Mas a forma do sérvio preocupou: cedeu o set inicial com uma dupla-falta e liderou o segundo tie-break por 4/1, antes de ceder a partida.

Assim, Roger Federer continua a ser o único no quadro masculino que ainda não perdeu um jogo de serviço nesta prova. Nesta segunda-feira, garantiu a 45.ª presença num quarto-de-final de um Grand Slam, ao ultrapassar o espanhol Roberto Bautista Agut (22.º), por 6-2, 6-2 e 6-3. O suíço defronta quarta-feira o francês Gilles Simon (13.º), que eliminou sem grande dificuldade o finalista de 2010, Tomas Berdych (6.º), por 6-3, 6-3 e 6-2.

Andy Murray sobreviveu aos 29 ases de Ivo Karlovic (25.º), mas só respirou aliviado ao fim de três horas: 7-6 (9/7), 6-4, 5-7 e 6-4. Segue-se o estreante Vasek Pospisil (54.º).

Stan Wawrinka (4.º) continua a ser o único tenista no quadro masculino que ainda não cedeu um set, mas, pela primeira vez no torneio, cedeu um break, ao David Goffin (15.º), antes de ganhar, por 7-6 (7/3), 7-6 (9/7) e 6-4.

Nesta terça-feira, o segundo melhor suíço no ranking defronta Richard Gasquet (20.º) que vingou a derrota sofrida na última edição de Wimbledon, ao bater Nick Kyrgios (29.º), com os parciais de 7-5, 6-1, 6-7 (7/9) e 7-6 (8/6).

No torneio feminino, Serena não teve contemplações perante Venus e afastou a irmã mais velha, por 6-4, 6-3. Foi a 76.ª vitória da líder do ranking em Wimbledon, igualando Venus no terceiro lugar dessa lista particular – liderada por Martina Navratilova, com 121.

E depois do 26.º duelo entre as Williams, nesta terça-feira teremos o 20.º embate entre Serena e Victoria Azarenka (24.ª). A norte-americana lidera confortavelmente a conta-corrente (16-3), mas nos dois encontros realizados em 2015, Azarenka dispôs de match-points em Madrid e liderou por um set e 4-2 em Roland Garros. E, ao contrário da rival, ainda não cedeu qualquer set, tendo derrotado a suíça Belinda Bencic (22.ª), por 6-2, 6-3.

Com a vitória de Serena e também de Madison Keys e Coco Vandeweghe é a primeira vez que estão três jogadoras norte-americanas nos quartos-de-final de Wimbledon desde 2004 (Jennifer Capriati, Lindsay Davenport e... Serena).

Keys (21.ª) lidera o ranking de ases neste torneio com 47 – à frente de Serena, que soma 38 – depois de vencer a bielorrussa vinda do qualifying, Olga Govortsova (122.ª), por 3-6, 6-4 e 6-1. A atleta de Lindsay Davenport enfrenta agora Agnieszka Radwanska, finalista em 2012 e pelo quinto ano nos quartos-de-final, após eliminar a sérvia Jelena Jankovic, por 7-5, 6-4.
Vandeweghe (47.ª) elevou para 37 o número total de ases em Wimbledon, após eliminar a checa Lucie Safarova (6.ª), em dois tie-breaks (7/1, 7/4), e marcou encontro com Maria Sharapova (4.ª), vencedora da cazaque Zarina Diyas (34.ª), com um duplo 6-4.

No outro “quarto” de desta terça-feira, defrontam-se duas estreantes nesta fase da prova, Garbine Muguruza (20.ª) e Timea Bacsinszky (15.ª). A espanhola cometeu uma das surpresas do dia ao ultrapassar, por 6-4, 6-4, Caroline Wozniacki (5.ª), deixando a parte inferior do quadro sem jogadoras do "top-10". Muguruza é também a primeira espanhola a chegar tão longe em Wimbledon desde 2001 – Conchita Martinez, a nova seleccionadora espanhola da Taça Davis. Bacsinszky (15.ª) confirmou a série de bons resultados em 2015, ao bater Monica Niculescu (48.ª), por 1-6, 7-5 e 6-2.

 

 

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