Ana Dulce Félix ganha o bronze nos europeus de corta-mato

Terceiro lugar em Belgrado garante à atleta portuguesa a quarta presença consecutiva no pódio da competição. Portugal termina em quinto lugar na classificação colectiva.

Foto
Ana Dulce Félix, aqui a correr a maratona de Nova Iorque em 2011 MIKE SEGAR/REUTERS

Ana Dulce Félix confirmou este domingo ser a melhor expectativa portuguesa nos 20.ºs campeonatos europeus de crosse, que se disputaram em Belgrado, e obteve a sua quarta medalha individual consecutiva no certame, de longe o melhor desempenho luso no conjunto das seis provas realizadas. A minhota tinha sido terceira há três anos no Algarve, em 2011 e 2012 apenas perdera para a irlandesa Fionnuala Britton e, desta feita, voltou a ser terceira.

Tratou-se de um valioso resultado para quem tem tido um ano atribulado e longe do fulgor de 2012, quando se sagrou campeã europeia dos 10.000m, e apenas um mês e uma semana após ter desistido na maratona de Nova Iorque, que abordara com muitas dúvidas. Reorientou a sua preparação para o crosse neste curto lapso de tempo e mostrou que continua a ser das melhores europeias nas distâncias longas.

A prova, com 8km de extensão, foi disputada num dia frio mas sem vento ou chuva, numa pista relvada seca e plana na capital sérvia. E Ana Dulce manteve sempre um controlo de proximidade sobre o comando da corrida, que teve um fogacho inicial sem consequências da norueguesa Karoline Groevdal.

As coisas ficaram mais sérias quando na frente se colocou a veterana francesa Sophie Duarte, detentora do recorde do seu país nos 3000m obstáculos. A pressão da gaulesa fez Britton descolar e, pouco depois, ganhou um avanço de sete/oito segundos que se mostraria decisivo. A páginas tantas, ficaram só a britânica Gemma Steel e Dulce Félix na disputa dos restantes lugares do pódio. E foi mesmo na recta final que, atrás de Duarte (26m34s), Steel (26m39s) obteve a segunda posição, dois segundos adiante da portuguesa.

Com um final excelente, a jovem sportinguista Carla Salomé Rocha conseguiu integrar o top-10, em nono, com 27m13s. As outras portuguesas fecharam a equipa, que se classificou em quinto lugar com 109 pontos: Catarina Ribeiro em 39.º (28m19s) e Anália Rosa em 58.º (29m25s). Colectivamente ganhou a Grã-Bretanha, somando 35 pontos, enquanto a Irlanda, na defesa do título, ficava em sexto.

Na prova principal masculina, Rui Pedro Silva era a única expectativa portuguesa para um bom lugar, mas, após um começo forte, foi perdendo fulgor, foi apanhado por António Silva à entrada da última volta e, depois, cedeu muitos lugares para o mais jovem da equipa lusa, que acabou em 38.º com 30m42s para os 10km de prova. Rui Pedro terminou em 51.º, com 31 minutos exactos, um lugar e três segundos de avanço sobre Licínio Pimentel, enquanto Luís Miguel Pinto fechava a equipa no 64.º lugar, o que rendeu um modesto nono lugar a Portugal (205 pontos).

Ganhou individualmente pela segunda vez, após a estreia em 2009, o espanhol Alemayehu Bezabeh, com grande classe no tempo de 29m11s e a Espanha, a seu exemplo, voltou a ser a campeã colectiva, com 31 pontos.
 

Sugerir correcção
Comentar