Alonso volta a pilotar um McLaren, mesmo sem saber o que aconteceu no acidente

O espanhol regressa às pistas um mês depois de se ter despistado a 150km/h, durante uns treinos. As causas da saída de pista permanecem uma incógnita.

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Fernando Alonso voltou a sentar-se ao volante de um McLaren, em Sepang Olivia Harris/Reuters

O piloto espanhol Fernando Alonso recebeu luz verde para se sentar ao volante do McLaren MP4-30 no Grande Prémio da Malásia, segunda corrida do Mundial de Fórmula 1 e cujos treinos arrancam nesta sexta-feira, em Sepang. Um regresso que ocorre pouco mais de um mês depois do acidente que o campeão do mundo de 2005 e 2006 protagonizou a 22 de Fevereiro, em Barcelona, quando efectuava testes ao seu monolugar, e depois de ter sido submetido a uma bateria de testes médicos que serviram para despistar a existência de um qualquer problema físico que pudesse afectar a condição física do espanhol.

Alonso revelou ontem as suas memórias sobre o acidente e refutou algumas das versões que circularam pela comunicação social internacional, nomeadamente ter sofrido uma amnésia. “Recordo-me de tudo. O carro arrastou-se junto ao muro [de protecção] antes de parar. A seguir desliguei o rádio e desactivei o Sistema de Recuperação de Energia [ERS]” declarou nesta quinta-feira o asturiano.

Segundo Alonso, a razão por ter, momentaneamente, perdido a consciência deveu-se aos medicamentos que lhe foram administrados na sequência do impacto, negando que tenha despertado pensando que estava no ano de 1995 e a falar italiano, como alguns jornais espanhóis noticiaram citando uma fonte que teve acesso ao seu relatório médico. “Há um intervalo de tempo, entre as 14h e as 18h, quando estava no hospital, que não me lembro, mas isso deve-se à medicação”, afirmou.

O certo é que Alonso vai regressar às pistas sem que exista ainda uma explicação para o que sucedeu no circuito de Montmeló, naquele domingo, 22 de Fevereiro. Questionado sobre o assunto, o piloto espanhol limitou-se a repetir a teoria avançado no início desta semana pela McLaren e que fala num problema na coluna de direcção do carro.

No entanto, não existem quaisquer dados técnicos que expliquem o que funcionou mal. Isto, apesar de se estar a falar de um problema num componente tão fundamental num Fórmula 1 como a direcção. “Não existem registos que possam ajudar-nos a perceber exactamente o que falhou. Neste Grande Prémio foram incorporados novos sensores e espero que se possam explicar mais coisas quando tivermos mais informação. O volante bloqueou, por isso fui para o lado de dentro da curva, caso contrário teria ido para o lado de fora. É certo que o carro teve um problema que não está registado. Há lacunas aqui e ali. Talvez nunca cheguemos a saber o que aconteceu”, vaticinou Alonso.

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