Alerta máximo em Nápoles para a recepção à AS Roma

Adeptos da formação romana foram impedidos de assistir ao jogo no San Paolo, para minimizar o risco de uma possível vingança dos “ultras” napolitanos pela morte de Ciro Esposito.

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Rudi Garcia, treinador da AS Roma, e Rafa Benítez, treinador do Nápoles Ciro De Luca/Reuters

É uma das maiores rivalidades do futebol italiano e, também, uma das mais voláteis. O Nápoles recebe neste sábado a AS Roma, no San Paolo, e as forças de segurança estão em alerta máximo para aquele que será o primeiro confronto entre as duas equipas depois do assassinato de um adepto napolitano em confronto com um grupo de adeptos romanos antes da final da última Taça de Itália entre o Nápoles e a Fiorentina, no Olímpico de Roma. Os adeptos da Roma estão proibidos de assistir ao jogo e o hotel onde a equipa romana ficará instalada será secreto, por motivos de segurança.

Para minimizar o contacto com os adeptos do Nápoles, a equipa romana vai viajar de avião até Nápoles e regressa à capital logo a seguir ao jogo, também de avião. No San Paolo, a equipa de Rudi Garcia não terá qualquer tipo de apoio dos seus adeptos, proibidos de assistirem ao jogo, e a justiça italiana impediu que se vendessem quaisquer bilhetes a habitantes da região de Roma — em Itália é obrigatório apresentar identificação para comprar um bilhete. O Nápoles, por seu lado, aumentou o preço dos bilhetes, mas neste sábado esperam-se cerca de 50 mil pessoas no estádio.

No recinto a presença das forças de segurança foi reforçada para um jogo que é considerado de “alto risco” e as autoridades vai ainda reforçar o patrulhamento da auto-estrada que liga as duas cidades para acompanhar eventuais deslocações de claques organizadas da AS Roma e tentar impedir confrontos entre adeptos.

Os tiffosi do Nápoles reclamam vingança e, a cada jogo no San Paolo, exibem uma faixa a dizer “Ciro vive!”, referindo-se a Ciro Esposito, o adepto napolitano de 27 anos que foi alvejado a 3 de Maio durante um embate violento com adeptos da Roma, falecendo 50 dias depois do incidente. O principal suspeito do homicídio é Daniele Di Santis, conhecido “ultra” da Roma (expulso da claque há oito anos), que já confessou o crime, dizendo, no entanto, que disparou sem apontar a ninguém e que, durante o confronto, tinha sido esfaqueado.

“Temos feito muitos apelos nos últimos meses. Vai ser um dia de muitos riscos. Espero que as coisas estejam calmas”, apelou Daniele De Rossi, um dos jogadores mais carismáticos da AS Roma. Rafael Benítez, treinador espanhol do Nápoles, espera, por seu lado, que o derby del sol seja só um jogo: “Apenas estou preocupado com o futebol que se vai jogar. Espero que seja apenas um jogo de futebol normal.”

Este encontro assume particular importância nas contas da Série A italiana. Com a Juventus a sofrer no último fim-de-semana a sua primeira derrota da época, a AS Roma apanhou a equipa de Turim na frente e quer manter a pressão sobre o actual campeão italiano, que defonta o Empoli nesta ronda. Já o Nápoles está a viver uma época irregular e já está a sete pontos da dupla de primeiros — a melhor série dos comandados de Rafael Benítez na Série A é de apenas duas vitórias consecutivas.

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