Alejandro Sabella: “7-1? O futebol é o menos lógico dos desportos”

Seleccionador argentino diz que goleada da Alemanha ao Brasil “não é um resultado normal”.

Foto
Juan Mabromata/AFP

A rivalidade entre Argentina e Brasil no futebol é histórica, mas o seleccionador Alejandro Sabella não se alongou sobre a humilhante derrota sofrida pela “canarinha” diante da Alemanha, na primeira meia-final do Mundial 2014. “Vi a primeira parte e um pouco da segunda. Um 7-1 não é um resultado normal entre duas potências do futebol mundial. Não é um resultado normal. Enfrentaram-se duas equipas que historicamente são as mais ganhadoras. A Alemanha foi superior, ganhou bem. Mas é futebol. O mais ilógico dos desportos, onde por vezes acontecem coisas assim que não se podem prever. Dentro dos desportos é o mais ilógico. Ou o menos lógico”, apontou.

Pessoalmente, Sabella disse não ter sentimentos (positivos ou negativos) a respeito da derrota brasileira. “Sempre existiu rivalidade desportiva grande entre Argentina e Brasil. Na América do Sul, quando há ‘clássicos’, uma equipa quer ganhar à outra. E quando não se enfrentam desejam a derrota da outra. São questões culturais”, resumiu.

O assunto da conferência de imprensa era a partida de quarta-feira diante da Holanda (21h, RTP1), na qual está em disputa um lugar na final do Maracanã. “O objectivo é chegar o mais longe possível. 24 anos depois, voltamos a estar entre os quatro melhores do mundo. Este grupo de jogadores já ganhou. Mas queremos ganhar mais e chegar à final”, garantiu Sabella. A pressão, admitiu o técnico, existe sempre – mas agora é especial: “Agora é outro tipo de pressão, especial. Desfrutamos num instante, sentimo-nos alegres por termos passado, mas temos de poupar energias, festejar comedidamente e concentrar forças”.

“Vamos enfrentar uma equipa que é muito boa ofensivamente, mas queremos fazer um bom jogo”, prosseguiu Alejandro Sabella. No adversário, o técnico argentino elogiou o treinador Louis van Gaal e o atacante Arjen Robben. “A Holanda tem um treinador enorme. Tem capacidades fantásticas, demonstrou-o em toda a sua trajectória. Sabemos que é uma pessoa muito inteligente. Robben é um grande jogador, muito importante para a Holanda, como Neymar para o Brasil e Messi para a Argentina. Mas o melhor de todos é Messi”, frisou.

Haverá algum sentimento de vingança na Argentina em relação à Holanda pela derrota sofrida nos quartos-de-final do Mundial 1998? Sabella disse que não: “Vingança é uma palavra feia. Isto é futebol, desporto. Essa palavra não entra no meu dicionário. Queremos ganhar um jogo de futebol”.

Sem Di María, que saiu lesionado na partida dos quartos-de-final contra a Bélgica, Alejandro Sabella revelou que o benfiquista Enzo Pérez será titular. “Foi eleito o melhor futebolista do campeonato português. Dou-lhe publicamente os parabéns, já tinha dado em privado. Teve um ano muito bom e tem todas as condições para estar [na equipa]. E amadureceu muito, psicologicamente”, sublinhou.

Sugerir correcção
Comentar