Adam Hansen, o “sapateiro” que gosta de cerveja

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O nome Adam Hansen pode, num primeiro momento, não lhe ser familiar. Mas, caso tenha uma página nas redes sociais, dificilmente terá deixado de ver a fotografia que, há um ano, deu a volta ao mundo. Tour 2013, etapa do Alpe d’Huez: enquanto no topo, Chris Froome e companhia lutavam pela camisola amarela, um ruivo de dimensões impróprias para a montanha fazia a festa com o público, aceitando, de sorriso rasgado, um copo de cerveja. “Quem disse que não me diverti hoje? Adoro o Tour”, “twittou”, depois de ser “apanhado” pela lente indiscreta de um fotógrafo.

O alegre bebericar de cerveja de Adam Hansen tornou-o conhecido do público em geral, mas para os fãs do ciclismo foi apenas mais um episódio proporcionado por uma personalidade riquíssima. “Resumidamente: 1,86 metros, 73,5-79kg e nascido a 11 de maio do ano de 1981, na Gold Coast, Austrália. Presentemente vivo na República Checa. Hobbies: ciclismo, desporto, computadores, construir coisas…”. O BI, escrito pelo próprio, é redutor. Faltam pormenores, como a capacidade rara de completar as três grandes Voltas no mesmo ano, o currículo como informático nos tempos livres ou os vídeos disparatados que publica constantemente, em alternância com as fotos embaraçosas dos seus colegas.

Falta o principal de todos: o ciclista da Lotto-Belisol fabrica os seus próprios sapatos. “Tenho um pé com um formato estranho”, contou à Cyclingnews. Um osso saliente, pouco adequado aos sapatos velocipédicos, obrigou-o a improvisar. Como uma Cinderela, procurou um formato que encaixasse no seu pé e, quando o fabricante deixou de produzi-lo, encarregou-se ele mesmo de continuar a fabricá-lo. Durante meses testou moldes. Desenhou sapatos, de acordo com as normas da União Ciclista Internacional. Submeteu-os a aprovação. E descobriu a fórmula, que obriga a seis combinações de diferentes moldes. Depois, deu-lhes o seu cunho pessoal - há sapatos com bicicletas, grafitis, zig-zag, padrão leopardo.

Apesar da aparente personalidade extrovertida, o afável e modesto vencedor de uma etapa no Giro em 2013 e campeão nacional de contrarrelógio em 2008 considera-se uma pessoa tímida. “Gosto de estar sozinho e tenho pânico de falar em público. Não gosto de ser chamado a um palco, não gosto da ribalta, por isso ser trabalhador de equipa ajuda”.

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