Académico de Viseu sobe à II Liga

O Académico de Viseu assegurou neste domingo a subida à II Liga de futebol, ao empatar 1-1 no terreno do São João de Ver.

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O Estádio do Fontelo vai voltar a receber jogos das competições profissionais Carla Carvalho Tomás

A equipa viseense beneficiou do empate a dois golos do Cinfães nos Açores, no campo do Operário, e manteve os três pontos de avanço face ao seu adversário, sobre o qual tem vantagem no confronto directo (vitória no Fontelo por 3-0 e derrota por 1-0 em Cinfães).

Com 55 pontos, contra 52 do Cinfães, o Académico de Viseu regressa ao segundo escalão 15 anos depois da última presença. Na época 1997-98, o clube do Fontelo, fundado em 1914, foi 16.º e antepenúltimo classificado da então denominada II Divisão de Honra, caindo para a II Divisão, depois de ter estado pela quarta e última vez na I Divisão em 1988-89.

O golo do viseense Marco Almeida só surgiu aos 84 minutos, quando o S. João de Ver já tinha marcado pelo pé de Ruben aos 44, mas os apoiantes do Académico invadiram logo e jogo e alguns elementos da claque tiveram que ser controlados pela GNR, antes de a festa se generalizar no fim da partida.

Filipe Moreira, treinador do Académico, estava emocionado com a conquista do título que considera “o fim de um ciclo”, tendo em conta que nas últimas três épocas dirigiu equipas que estiveram sempre no primeiro lugar e só no último jogo viram frustradas as hipóteses de subida.

“Acabou-se o mito de, no último jogo, não subir de divisão”, declarou o técnico à Lusa, recordando que foi isso o que aconteceu com o Oriental de Lisboa, com o Tondela e com o Olivais e Moscavide.

“Há muitos treinadores com qualidade, mas não me lembro de muitos da II Divisão terem feito três campeonatos seguidos sempre em primeiro lugar, em três épocas diferentes, com três clubes diferentes”, admite Filipe Moreira. “Muitos nunca chegam a isto”.

Quanto à atual subida, o treinador do Académico realça que o mérito deve ser partilhado com o técnico Carlos Agostinho, que lhe merece “respeito e consideração” pelo trabalho que fez com o clube no início da época, e depois dedica a conquista de hoje à sua mãe, à memória do seu pai e a “toda a cidade de Viseu”.

“Subir em Viseu é diferente”, garante Filipe Moreira. “[As pessoas da cidade] estimaram-me desde o primeiro dia, deram-me um apoio incondicional e eu fui percebendo que a responsabilidade aumentava, mas a cada dia estava mais feliz”, afirmou.

O treinador teve ainda uma referência para o Cinfães e para o Operário, cujo empate 2-2 permitiu a subida dos viseenses. “O Cinfães fez um campeonato fantástico e vai ter uma viagem horrível de avião [dos Açores para casa]”, observou. “Isto é o destino e tem o significado que tem, mas eu treinei o Operário e hoje foram eles que me deram a subida de divisão. Para eles também o meu obrigado”.

Perspectivas quanto à próxima época é que Filipe Moreira ainda não tem. Quando questionado sobre a sua intenção de manter-se ou não na direcção técnica do clube, responde: “Agora estou a saborear este momento, não quero saber de mais nada”.

Postura idêntica tem o presidente do Académico de Viseu, que há 10 anos se vem mantendo no cargo com as mesmas pretensões de subida. “Daqui para a frente temos que pensar calmamente e ver o que podemos fazer [na próxima época]”, afirma António da Silva Albino. “Vim para o clube com a pretensão de o colocar no mais alto patamar e é isso que estou a tentar fazer”.

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