Está aberta a temporada de caça ao título de MotoGP

A Ducati quer entrar para “classe Open” e os pilotos da categoria “Fábrica” têm direito a menos combustível. Os treinos livres contam para a qualificação e um rookie parece querer repetir a façanha de Marc Márquez. Será que o campeão vai conseguir defender o título?

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Aleix Espargaró, irmão de Pol, destacou-se nos treinos livres KARIM JAAFAR/AFP

O ano começou mal para Marc Márquez, actual campeão da MotoGP. O estreante (rookie) maravilha da temporada passada, que bateu inúmeros recordes, fracturou a perna em Fevereiro, faltou a metade dos testes da pré-época e só voltou ao activo nos treinos livres do Grande Prémio do Qatar, o primeiro da época. Por outro lado, um rookie, com um percurso bastante parecido ao de Márquez, foi um dos protagonistas dos testes em Sepang, na Malásia.

Pol Espargaró, espanhol de 22 anos, foi a estrela do Moto2 do ano passado. Ele e Márquez já se haviam enfrentado na categoria intermediária em 2012, ano em que Marc foi superior e assumiu a primeira posição. Será este ano a Yamaha de Pol capaz de derrotar a potente Honda de Márquez?

Até a Ducati, cujos pilotos não subiram ao pódio no ano passado, pretende voltar às vitórias. Este ano, qualquer equipa pode optar pela classe Open e a construtora italiana decidiu fazê-lo de forma a “melhorar a [sua] competitividade”, como explicou Luigi Dall'Igna, director geral da Ducati Corse. Depois de “um estudo cuidadoso do novo regulamento técnico”, Luigi defende que “a opção Open é mais interessante para a Ducati do que a Fábrica”, que considera “muito restritiva” . “Este ano temos de continuar a desenvolver as nossas motos ao longo da época, algo que na outra categoria não é possível”, concluiu.

A mudança, por sua vez, não agradou à Honda, que continua na categoria Fábrica, e este ano só tem 20 litros de combustível no depósito das suas motos. Livio Suppo, director de comunicação da construtora, critica que o objectivo da classe Open é ser “mais barata que as motos de Fábrica”, o que “difere” da “interpretação da Ducati”. “Eu acho que é uma coisa que precisa ser debatida”, concluiu. A criação da categoria Fábrica 2 surgiu, exactamente, desta discussão. 

Fábrica ou Open, o facto é que todos vão correr no mesmo circuito, cujo método de qualificação está ligeiramente diferente dos anos anteriores. Se antes os treinos livres eram apenas para praticar, agora já são a serio. A partir deste ano, os dez pilotos mais rápidos das três sessões passam directamente para o treino de qualificação 2 (QP2), enquanto todos os outros passam ao treino de qualificação 1 (QP1). Os dois pilotos mais rápidos da QP1 também vão poder participar no QP2, ou seja, vão ser 12 pilotos a disputar as 12 primeiras posições da grelha de partida. Os restantes irão competir pelo 13.º posto em diante. Uma quarta sessão de treinos livres vai acontecer pouco antes das qualificações, mas esta ainda é à maneira antiga, apenas para praticar.

Assuntos de Família
Não é só o estreante Pol que veio lutar pelo título. Um outro Espargaró, que ficou na 11.ª posição no ano passado, teve uma performance impressionante nos treinos livres. Aleix, da NGM Forward Racing (Open), ofuscou o irmão e o antigo campeão, Marc Márquez (quinto posto), saindo dos treinos do Qatar como o primeiro colocado, e o único com um tempo inferior a 1m55s. Andrea Iannone, da Premac Racing, e Andrea Dovizioso, da Ducati – segundo e quarto posto, respectivamente – foram outros destaques que confirmam o sucesso dos “Open” no início da temporada.

Já Pol não mostrou tanto o seu valor como na pré-época. Após um primeiro treino livre promissor, na quinta-feira, no qual assumiu a quinta posição, o rookie decepcionou nos restantes, terminando em 11.º. Por isso, não garantiu presença no QP2.

O primeiro treino de qualificação vai decorrer hoje às 17h35, logo a seguir à última fase de treinos livres. O Grande Prémio do Qatar, por sua vez, será amanhã às 19h.

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