Afonso Girão conseguiu hoje o seu melhor resultado do ano no 37.º Campeonato Internacional Juvenil da Bélgica e saltou para o 5.º lugar, empatado com o seu irmão gémeo João e com Pedro Lencart. 

Os portugueses estão a seis pancadas do líder deste torneio do calendário da Associação Europeia de Golfe (EGA), que amanhã termina no Royal Golf Club of Belgium, em Ravenstein. 

Foi uma terceira volta positiva para os portugueses, numa jornada em que a chuva já não foi um fator como ontem. Os jogadores orientados pelo treinador Tiago Osório não só fizeram o pleno, passando todos o cut, reservado aos 36 primeiros e empatados (entre 78 jogadores), como ainda se deram ao luxo de colocarem três representantes no top 10, em quatro possíveis. 

Na Taça das Nações, que hoje terminou, Portugal perdeu a liderança que tinha desde o início da prova, mas colocou as suas duas formações nas segunda e quarta posições, entre 13 conjuntos, um excelente resultado. 

Mas, voltando ao torneio masculino individual, Tiago Osório tinha avisado ontem que os irmãos gémeos Girão estavam desejosos de mostrar hoje o seu real valor e foram eles a brilhar, depois de duas voltas iniciais mais discretas. 

Afonso Girão, que a nível internacional teve a sua melhor prestação com um 27.º lugar no Southern Cross Invitational na Argentina, poderá melhorar claramente essa classificação, já que hoje subiu do 20.º para o 5.º lugar, graças a um cartão de 68 pancadas, 4 abaixo do par-72 do Old Course. 

Foi o melhor resultado do dia e igualou o melhor do torneio, que tinha sido carimbado ontem por outro português, Carlos Laranja, e pelo italiano Riccardo Leo, que liderava aos 36 buracos mas hoje caiu para 2.º (-2), ultrapassado pelo finlandês Sami Valimaki (-4), o comandante da prova aos 18 buracos. 

“Foi a minha melhor volta (de sempre) em torneios internacionais”, disse. De acordo com os registos da FPG, o seu último 68 fora em julho do ano passado, no torneio do Circuito Liberty Seguros disputado no Estoril. Mas, atenção, o Club de Golf do Estoril é um Par-69, pelo que a volta de hoje tem ainda mais valor. 

Afonso Girão saiu do buraco 1 e começou com birdie-bogey. Só voltaria a perder outra pancada no 16. Pelo meio ficaram 4 birdies (7, 10, 11 e 13), fechando com um quinto birdie no 18. Notável, tendo em conta que nos dois dias anteriores só tinha somado 2 birdies. 

“Estou satisfeito, claro, hoje foi bem melhor. O meu jogo curto esteve muito bem e foi essa a grande diferença”, explicou, aludindo às duas voltas anteriores de 75. 

O campeão nacional de sub-18 totaliza agora 218 (+2) e está empatado com mais três jogadores: o belga Max Peerbooms e dois dos outros membros da seleção nacional, o seu irmão gémeo João e Pedro Lencart. 

João Girão registou o seu melhor resultado do torneio, igualando o par-72 do campo, numa volta em que, uma vez mais, começou bem, com birdies nos buracos 13 e 14. Houve depois 1 bogey no 17, um terceiro birdie no 1 e 1 duplo bogey no 2. Não se importunou com esse duplo e os últimos sete buracos foram todos corridos a par. 

Pedro Lencart, por seu lado, teve um mau front nine, com 4 bogeys (1, 2, 5 e 8), mas também ele assentou no final, fazendo dez buracos seguidos a par. Foi o único dia em que não fez birdies. 

Quanto a Carlos Laranja, o herói da jornada de ontem, depois daquele 68 (-4) que também foi o seu melhor resultado de sempre em torneios internacionais, contentou-se hoje com um cartão de 83, mais 10 do que a primeira volta. 

Os resultados menos bons dos dois jovens de 15 anos são compreensíveis pelas expectativas que naturalmente tinham, pois estiveram a lutar pelo título de sub-18 nos dois primeiros dias. No caso do madeirense Laranja, o menos experiente em competições internacionais, a gestão emocional aprende-se exatamente nestas situações. 

Partiu na segunda posição do buraco 10 e foi uma volta terrível, com 3 duplos bogey e 6 bogeys para apenas 1 birdie. Felizmente para ele no seu último buraco, o 9, como que dando-lhe alento para a derradeira jornada. 

Mesmo assim, ainda está num positivo 10.º lugar (+8), empatado com mais três jogadores. 

Na Taça das Nações, Portugal-1, formado por Pedro Lencart e João Girão, terminou em 2º, com 436 (144-144-148), +4, ficando a Finlândia-1 com o título, com 429 (144-145-140) -3. 

A segunda formação nacional, de Carlos Laranja e Afonso Girão, foi 4.ª classificada, com 442 (148+143+151), +10. 

Fomos o único país a colocar duas equipas no top 5 da Taça das Nações.

RESULTADOS E CLASSIFICAÇÕES DOS PORTUGUESES APÓS TRÊS DIAS:

Torneio Masculino

5.º empatado – Afonso Girão, 218 (75-75-68), +2
5.º empatado – João Girão, 218 (73-73-72), +2
5.º empatado –  Pedro Lencart, 218 (71-71-76), +2
19.º empatado – Carlos Laranja, 224 (73-68-83), +8

Taça das Nações Masculina (classificação final)

2.º Portugal 1 – 436 (144-144-48), +4
4.º Portugal 2 – 442 (148-143-151), +10

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