A inevitável derrota não envergonhou ninguém

Na estreia na Amlin Cup, os Lusitanos XV perderam em Paris, frente ao Stade Français, vice-campeão da prova, por 61-3.

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Gonçalo Foro trouxe alguma experiência à equipa

A derrota, já se sabia, era inevitável, mas o râguei português deu esta quinta-feira, em Paris, mais um importante passo para o seu desenvolvimento. Apesar do desaire, frente ao Stade Français, finalista vencido da última edição da prova, por 61-3, a estreia dos Lusitanos XV na Amlin Cup, a segunda principal prova europeia de clubes, esteve longe de ser um desastre. Testar novas opções para a selecção nacional era o objectivo de Frederico Sousa e o seleccionador terá saído do Estádio Jean-Bouin muito satisfeito com a exibição dos jovens portugueses.

Oficialmente, ninguém o admitiu, mas havia duas balizas bem definidas para a estreia portuguesa na Amlin Cup. Numa perspectiva optimista, sair de Paris com uma derrota por menos 50 pontos, teria que ser considerado uma grande vitória. Mas, por outro lado, na cabeça dos responsáveis nacionais estariam, com toda a certeza, os pesados números dos desaires sofridos nas últimas épocas por espanhóis e italianos na prova. Exemplos? Em 2010-11, o El Salvador recebeu, em Madrid, os franceses do Brive, e foi atropelado, por 116-3. No ano passado, os profissionais italianos do Rovigo, foram despachados pelos ingleses do Worcester por 87 pontos de diferença (90-3).

Frente ao todo-poderoso Stade Français, equipa com o terceiro maior orçamento em França (25 milhões de euros), Frederico Sousa socorreu-se das poucas armas que tinha ao seu dispor. Para formar o plantel dos Lusitanos XV, o seleccionador recorreu aos melhores jogadores disponíveis no campeonato português, mas o leque de opções está longe de ser vasto e, para complicar ainda mais a tarefa de Frederico Sousa, atletas como Pedro Leal, Adérito Esteves ou Carl Murray, estão ao serviço da selecção de sevens.

Dessa forma, mais de metade da equipa inicial portuguesa não tinha qualquer experiência internacional e apenas três jogadores (Vasco Uva, Pedro Cabral e Gonçalo Foro) são habituais titulares no “XV” de Portugal.

Mesmo sem muitas das suas principais figuras, o Stade Français apresentou-se com oito jogadores internacionais, entre franceses, sul-africanos, neozelandeses, australianos e georgianos e, sem surpresa, dominou do primeiro ao último minuto. O primeiro ensaio gaulês, marcado pelo sul-africano Meyer Bosman, demorou apenas cinco minutos e, nos restantes 75 minutos de jogo, o Stade Français marcou mais oito.

Mas para jovens jogadores como João Almeida, Rafael Simões, Afonso Rodrigues ou Fernando Almeida isso foi um mero detalhe. Seis anos depois do Mundial 2007, uma equipa portuguesa voltou a sair de um estádio francês debaixo de merecidos aplausos dos adeptos gauleses.
 

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