A Holanda acabou por se autodestruir em Praga

O País de Gales precisou do talento individual de Bale para bater a modesta Andorra, na corrida ao Euro 2016.

Pilar fez o golo que valeu a vitória sobre a Holanda
Fotogaleria
Pilar fez o golo que valeu a vitória sobre a Holanda Foto: David W Cerny/Reuters
Bale foi decisivo no triunfo difícil do País de Gales
Fotogaleria
Bale foi decisivo no triunfo difícil do País de Gales Foto: Pascal Pavani/AFP
Bonucci festeja o segundo golo de Itália, na Noruega
Fotogaleria
Bonucci festeja o segundo golo de Itália, na Noruega Foto: Fredrik Varfjell/AFP

Guus Hiddink recebeu de Louis van Gaal um legado pesado. Uma equipa que tinha chegado ao pódio do Mundial 2014 sem uma única derrota e que praticava um futebol rápido e vistoso. E o novo seleccionador da Holanda não conseguiu evitar uma enorme dor de cabeça no arranque da qualificação para o Euro 2016, ao ser surpreendido pela República Checa (2-1).

Para encontrarmos a última derrota da selecção holandesa antes da desta terça-feira, em Praga, é preciso recuar até ao Euro 2012, curiosamente a um encontro frente a Portugal (2-1). E se quisermos identificar o último desaire numa fase de apuramento, teremos de voltar a Outubro de 2011, numa partida com a Suécia (2-3).

Mas a Holanda também pode queixar-se de si própria, especialmente no lance que resultou no segundo golo da República Checa. Um cruzamento aparentemente inofensivo para a área foi desviado por Janmaat para o poste da baliza de Cilessen, com o ressalto a terminar nos pés de Vaclav Pilar, que se limitou a empurrar (90+1’).

Foto

Antes, aos 55’, também tinha sido um defesa holandês o protagonista, mas então por boas razões. De Vrij (Guus Hiddink manteve o sistema de jogo e o essencial das escolhas que vigoraram no Mundial) concluiu de cabeça uma assistência perfeita de Blind e bateu Petr Cech. Era o golo do empate, já que aos 22’ Dockal assinou o melhor momento da noite, com um remate seco de fora da área que tabelou no poste e só parou no fundo das redes holandesas.

Com este triunfo, a República Checa só não lidera o Grupo A porque a Islândia obteve um resultado mais dilatado frente à Turquia (3-0). As aspirações dos visitantes caíram por terra aos 59’, quando o defesa Omer Toprak foi expulso. Nessa altura, já perdiam por 1-0 (Boedvarsson, 18’) e viram o quadro agravar-se em dois minutos (Sigurdsson aos 76’ e Sigthorsson aos 77’).

Bale, inimigo de Andorra
Na primeira vez em que Andorra e País de Gales se encontraram, houve equilíbrio e unhas roídas até final. A selecção da casa (199.ª do ranking da FIFA) até começou melhor o encontro, disputado em Andorra-a-Velha, quando Ildefons Lima converteu uma grande penalidade, logo aos 6’. Era o fim de um longo jejum de 18 jogos oficiais sem marcar — o último golo de Andorra acontecera numa derrota por 3-1 com a Irlanda, em Setembro de 2010.

E não pode propriamente dizer-se que era difícil adivinhar de onde viria a reacção galesa. Gareth Bale, pois claro, a estrela mais reluzente de uma selecção que ainda conta com Aaron Ramsey e Joe Allen, puxou dos galões aos 22’ e 81’ para, de cabeça e de livre directo, dar a volta ao texto (1-2).

O mesmo desfecho — e os mesmos contornos — teve o frente-a-frente entre Bósnia e Chipre, também no Grupo B. Os anfitriões começaram igualmente a vencer, com um golo de cabeça de Ibisevic (6’), mas Demetris Christofi viria a revelar-se a figura da partida, ao apontar os dois golos (45’ e 73’) com que os cipriotas chegaram ao triunfo. Foi a eficácia a prevalecer, numa equipa que fez quatro remates enquadrados com a baliza.

No Grupo H, o jogo de maior cartaz terminou com a vitória fora de portas da Itália, agora sob a batuta de Antonio Conte (0-2). Com uma equipa idêntica à que disputou recentemente um particular com a Holanda (mas bem diferente da que competiu no Brasil 2014), os transalpinos impuseram-se na Noruega com golos de Simone Zaza (16’) e Leonardo Bonucci (62’).

Em casa, a Croácia conseguiu um feito semelhante (ganhou 2-0 a Malta, com golos de Modric e Kramaric), enquanto a Bulgária sofreu um pouco mais para bater fora o Azerbaijão (1-2, com Micanski e Hristov e Nazarov a marcarem).

Sugerir correcção
Comentar