A defesa estragou o que Nani construiu

Sporting empata (1-1) com o Maribor após ter estado a ganhar neste regresso à Liga dos Campeões.

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Nani marcou o golo do Sporting na Eslovénia Jure Makovec/AFP

Zahovic é um apelido familiar para o futebol português. Zlatko Zahovic foi um médio que teve os seus melhores anos em Portugal, ao serviço de Vitória de Guimarães, FC Porto e Benfica. Quando ainda estava em Guimarães, teve um filho, Luka, que também deu em futebolista. Nos 15 jogos em que defrontou o Sporting, Zlatko marcou três golos, um pelo FC Porto, dois pelo Benfica. Na sua primeira oportunidade, Luka marcou e estragou o regresso dos “leões” à Liga dos Campeões, que terminou no empate (1-1) em jogo a contar para a primeira jornada do Grupo G. Um grande golo de Nani deu a vantagem temporária ao Sporting, mas, em tempo de compensação, a defesa voltou a comprometer e o oportunismo de Zahovic Júnior fez o resto.

Era um regresso que se queria vitorioso para fazer esquecer a última e desastrada aparição do Sporting na liga milionária, aquelas duas goleadas sofridas com o Bayern Munique em 2009 e o adversário era o aparentemente acessível campeão esloveno, cujo maior argumento é estar numa fase mais adiantada da época. Também se pretendia fazer esquecer o arranque aos soluços da Liga portuguesa, marcado por um acumular de erros defensivos e muita ineficácia na finalização. Nada disto aconteceu.

Marco Silva praticamente não se desviou do seu plano habitual. Apenas uma mudança em relação aos últimos jogos, com o regresso de Cédric ao lado direito da defesa. Mas os pecados foram os mesmos. Sim, o Sporting tinha mais posse de bola, conseguia levar o seu jogo até à área adversária, mas não acertava na baliza. E faltava alguma agressividade no meio-campo (William Carvalho ainda não é a mesmo jogador omnipresente da época passada), o que permitia à formação eslovena rondar com perigo a baliza de Rui Patrício. Ibrahimi era uma ameaça constante e real no ataque do Maribor e não esteve muito longe do golo logo aos 10, com um remate que obrigou Patrício a defesa apertada.

O mais perto que o Sporting esteve do golo na primeira parte foi aos 27’, com Carrillo a desperdiçar duas vezes na mesma jogada. Slimani faz o passe e o peruano permite a defesa de Handanovic no primeiro remate. O segundo foi na direcção do poste. O ferro da baliza também foi amigo do Sporting ao devolver um cabeceamento de Rajcevic após um livre marcado por Vrsic, num lance em que ninguém do Sporting saltou para desviar a trajectória da bola.

Após o intervalo, Marco Silva sacrificou André Martins para fazer entrar João Mário e o Sporting melhorou bastante, subindo de intensidade e no controlo do jogo e as oportunidades sucederam-se. Slimano, Carrillo, João Mário e Carlos Mané, todos eles tiveram a oportunidade de inaugurar o marcador, mas Handanovic era um obstáculo verdadeiramente intransponível.

Aos 80’, um golpe de génio do homem mais habituado a estas andanças parecia mudar em definitivo o rumo do jogo e foi para estas coisas que o Sporting tanto insistiu na sua contratação. Após uma jogada individual, Nani arrancou um remate de fora da área que só parou no fundo da baliza do Maribor. O nulo estava desbloqueado e o Sporting parecia estar a caminho de uma estreia vitoriosa e lucrativa (um triunfo vale, como se sabe, um milhão de euros).

Só que os jogos têm mais de 90 minutos e, infelizmente para o Sporting, esses minutos extra têm custado caro nesta época. Já custaram uma vitória frente à Académica, voltaram a custar uma vitória na Eslovénia. Naby Sarr não consegue cortar da melhor maneira um último ataque do Maribor, Maurício também não consegue despachar a bola e o vimaranense Luka Zahovic vai lá com a cabeça antes que Rui Patrício chegue lá com as mãos. Assim se transformou uma vitória iminente num empate amargo.

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