A corrida em que quase toda a gente ficou satisfeita

Foto
O veleiro Brunel saiu vencedor na chegada a Lisboa José Manuel Ribeiro/AFP

Os capitães dos sete veleiros da Volvo Ocean Race mostraram-se satisfeitos com a conclusão da sétima etapa, em Lisboa, independentemente dos resultados obtidos na viagem desde Newport, nos EUA. “É bom vencer, especialmente para os dois novos rapazes, foi uma boa experiência. Mas, claro, é óptimo para toda a equipa, conseguimos recuperar alguns pontos para os adversários”, afirmou o holandês Bouwe Bekking, que levou o veleiro Brunel à vitória na capital portuguesa, ao cabo de nove dias, 11 horas, 09 minutos e 49 segundos.

Pouco mais de 20 minutos depois do Brunel, que ocupa o terceiro lugar na regata, chegou o espanhol Mapfre, mas, nem isso, abalou o ânimo de Iker Martínez. “Queremos sempre vencer, mas segundo é bom o suficiente e estamos muito contentes, porque estamos de regresso à Europa, o que significa que estamos a dar a volta ao mundo, mesmo depois de há 12 meses nem sequer termos um barco”, frisou o capitão da embarcação espanhola, elogiando o desempenho dos velejadores do Brunel e antevendo uma “boa batalha” até ao final.

A ultrapassagem, já perto da linha de chegada, do Alvimedica aos chineses do Dongfeng também deixou o líder do projecto turco-norte-americano feliz. “Felizmente passámo-los à chegada e ficámos felizes pelo resultado”, assinalou Charlie Enright, na mesma conferência, assumindo o entusiamos por “voltar à corrida, em Lisboa”.

As possíveis excepções nesta onda de entusiamos na conferência de imprensa poderiam ter sido quebradas pelos responsáveis pelo Dongfeng, quarto na etapa, e pelo Abu Dhabi, quinto, pelo que ambos preferiram evocar o optimismo para o resto da prova. “Sinto-me melhor agora, foi um fim difícil para nós, estivemos à frente praticamente até à baía de Cascais, mas perdemos o contacto com dois barcos e aceitámos o quarto lugar, algo desapontados, porque cometemos alguns erros, mas continuamos em segundo e temos de pensar no futuro e lutar para manter esta classificação”, sublinhou Charles Chaudrelier, do Dongfeng, antevendo que ficará mais animado quando o vencedor do dia, Bouwe Bekking, “pagar uns copos”. O capitão do veleiro chinês, que ocupa a segunda posição a cinco pontos do líder Abu Dhabi, reiterou a ambição de “tentar chegar à vitória” e, consequentemente, destronar o veleiro dos Emirados Árabes Unidos.

“Até perdi a minha voz, foi uma etapa muito difícil e frustrante para nós, porque foi a primeira fora do pódio, mas estou orgulhoso dos meus rapazes, porque mantivemo-nos na luta, apesar de estar mais aberta. Não acabámos com ar triste, acabámos sorridentes porque foi uma etapa, vale o que vale, e temos duas pela frente e cinco pontos de vantagem”, frisou Ian Walker. O capitão do Abu Dhabi reconheceu a frustração de ter ficado pela primeira vez fora do pódio numa etapa da presente edição da Volvo Ocean Race em Portugal, por Lisboa e Cascais serem como a “segunda casa” da equipa.

Depois das eventuais desilusões, Sam Davies, do SCA, reanimou a conferência de imprensa. “Obrigado por terem esperado por nós, para mim um dos objectivos é chegar a tempo destas conferências de imprensa, porque tenho perdido algumas. É sinal de que estamos melhor e hoje conseguimos ver alguns barcos no mar, o que significa que estivemos mais perto do que nunca e isso foi fantástico”, referiu a capitã do veleiro sueco.

Também Chris Nicholson, do dinamarquês Vestas, que volta à competição depois de ter estado ausente desde a segunda etapa revelou a sua satisfação, preferindo, no entanto, aguardar, pelo regresso ao mar. “É bom estar de volta, estamos ansiosos por voltar à água. Só quando voltarmos à corrida conseguiremos perceber se estamos bem”, rematou Chris Nicholson.

Sugerir correcção
Comentar