Ao Brasil agrada mais a qualidade do Paraguai do que as fragilidades da Venezuela

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Neymar bem disposto no treino do Brasil PAULO WHITAKER/reuters

Depois do nulo na estreia contra a Venezuela, a selecção brasileira quer redimir-se. A Costa Rica, versão sub-22, surpreendeu

Brasil e Paraguai, duas selecções que há um ano foram eliminadas nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo por aqueles que viriam a ser os finalistas (Holanda e Espanha), estão novamente em igualdade de circunstâncias. As duas equipas partem para o jogo importante desta noite (20h, SP-TV2) com um ponto e nenhum golo marcado (saldo obviamente partilhado também pelos outros concorrentes do Grupo B da Copa América, Venezuela e Equador).

O "escrete", vencedor das duas últimas edições da prova, tem mais em causa neste encontro da 2.ª jornada e, para conseguir finalmente um bom resultado, conta, segundo o seu seleccionador, com o talento do Paraguai. Defrontar um adversário teoricamente melhor do que a Venezuela deveria ser mais preocupante, mas Mano Menezes acredita que a qualidade paraguaia beneficiará a fluidez do jogo brasileiro na partida que se disputará em Córdova, Argentina.

"Pensámos que o Brasil deve jogar melhor, com mais qualidade e com responsabilidades mais bem partilhadas. O Paraguai é um rival que pode partilhar essa qualidade de jogo connosco", referiu Mano Menezes, prevendo que os "guaranis" não serão tão defensivos como foram os venezuelanos na estreia desanimadora da "canarinha".

Por seu lado, Gerardo Martino, seleccionador paraguaio, considera que o jogo dependerá do que o Brasil fizer. "No ténis diz-se que o jogo depende de quem bate mais forte na bola. Este jogo dependerá da exibição do Brasil", afirmou. Irónico, o treinador disse que o ideal é colocar quatro homens a marcar cada uma das estrelas atacantes do Brasil. "Mas para isso precisava de 16 jogadores na defesa". Martino admite que a ideia é roubar espaço aos criativos brasileiros, mas que nenhum plano funciona a 100 por cento. "Se vigiarmos Neymar, é Pato que marca. E se vigiarmos Pato, Robinho mete três...".

O Paraguai, que mostrou solidez defensiva contra o Equador, conta com outra arma: no campo, tal como quando foi necessário no Mundial da África do Sul, os seus jogadores comunicam entre si em guarani, a outra língua oficial do país, praticamente imperceptível para os seus rivais, e não em castelhano.

No Brasil, comenta-se a possibilidade de Ramires e Robinho saírem do "onze" - mais o ex-benfiquista - para as entradas de Elano e Lucas.

Entretanto, no Grupo A, a Costa Rica surpreendeu e venceu a Bolívia, por 2-0, resultado que lhe permitiu subir para a segunda posição, com três pontos, a um da líder, Colômbia. Os avançados Josué Martínez (21 anos) e Joel Campbell (19) marcaram os golos da Costa Rica em San Salvador de Jujuy.

Um empate na última ronda com a Argentina garante-lhe a qualificação para os quartos-de-final, mas os "ticos" até poderão seguir em frente com uma derrota, se os outros resultados lhes forem favoráveis - recorde-se que os dois melhores terceiros dos três grupos também garantem vaga na próxima fase. Um cenário positivo para uma equipa que está na Copa América por convite e após a desistência do Japão, e que tem apenas cinco futebolistas acima dos 22 anos.

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