Zaha Hadid ficou a pairar sobre o porto de Antuérpia

Novo edifício da arquitecta que morreu este ano é como uma nuvem sobre o antigo quartel de bombeiros do porto belga.

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Zaha Hadid: Novo edifício no Porto de Antuérpia Zaha Hadid Architects

O segundo maior porto da Europa tem um horizonte diferente. A sede do Porto de Antuérpia desenhado por Zaha Hadid, a arquitecta anglo-iraquiana que morreu em Março, abriu oficialmente no final da semana, fazendo uma proposta de integração radical ao nível da sua imagem: um novo corpo afirma-se em consola, suspenso sobre o velho edifício de tijolo, um antigo quartel de bombeiros organizado em redor de um pátio central.

O atelier de Hadid agora dirigido por Patrik Schumacher joga com a história da cidade à volta da indústria dos diamantes, propondo um volume de vidro suspenso sobre dois grandes pilares que de dia reflecte a envolvente e à noite, segundo o site dos arquitectos, se transforma num cristal irradiante com vidros em forma de triângulo. Situado num ponto nevrálgico entre a cidade e o porto, a nova extensão está posicionada de uma forma assimétrica em relação ao pátio coberto do edifício antigo agora restaurado, onde se situa a nova recepção, permitindo que a luz chegue aos pisos inferiores.

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O novo edifício, cujas descrições variam entre “diamante”, “navio” ou “nuvem”, é suportado por dois pilares de betão esculpidos que escondem escadas e elevadores e à sua forma não parece indiferente o ambiente de guindastes, de corpos suspensos, que se vive em qualquer porto. Vai servir cerca de 500 trabalhadores num espaço que se pretende aberto e com vistas de 360 graus sobre o estuário do Scheldt. Feito com 2000 painéis de vidro, custou 55 milhões de euros.

“Seja um diamante, seja um navio, nós estamos contentes por habitá-lo”, disse o presidente do conselho de administração do porto, Eddy Bruyninckx, citado pela agência Reuters, sobre a obra que atinge os 46 metros de altura e é resultado de um concurso público lançado há uma década. "Deixemos à imaginação das pessoas.”

Descrito como o maior porto da Europa, atrás de Roterdão, meses antes do edifício estar completo Zaha Hadid morreu subitamente aos 65 anos. O gestor do projecto, Joris Pauwels, contou à Reuters que a arquitecta foi inflexível em relação à conservação da estação de bombeiros, que não tem propriamente uma fachada principal, e que um edifício sobrelevado foi a solução encontrada para impedir uma alteração na sua relação com a cidade.  

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