Uma parede assinada Julião Sarmento

O artista plástico português acabou a sua intervenção permanente no Troubleyn/Laboratorium de Antuérpia.

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Julião Sarmento terminou no último fim-de-semana a instalação de dois grandes painéis no teatro de Jan Fabre em Antuérpia

Artistas plásticos como Marina Abramovic, Michaël Borremans, Wim Delvoye, Orlan, Luc Tuymans e Joep Van Lieshout, mas também cineastas, músicos, encenadores e coreógrafos como Brian Eno, Robert Wilson, Chantal Akerman, Romeo Castellucci e Wim Vandekeybus. Desde a abertura, em 2007, do seu teatro em Antuérpia, o Troubleyn/Laboratorium, Jan Fabre tem vindo a convidar uma série criadores a fazer intervenções permanente no edifício do arquitecto belga Jan Dekeyser.

O próprio Fabre fez a sua. E, no último fim de semana, o artista plástico português Julião Sarmento acabou a instalação de dois grandes painéis, com mais de dois metros e meio de altura por mais de um metro e meio de lado cada (2,53m x 1,60m). As pinturas, feitas a acrílico, gesso acrílico e grafite, invocam temáticas e presenças constantes na obra destes artista. Nos painéis, dois corpos femininos vestidos de negro desafiam uma mobilidade restringida por fios rígidos (talvez arame) em torno dos braços e das pernas.

Sarmento junta-se assim a uma lista de cerca de 54 criadores com intervenções permanentes no Troubleyn. É o segundo português a trabalhar para o espaço, depois de Jorge Molder, que em 2004, enquanto director  do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, convidou Fabre a fazer uma nova peça para a exposição Vidas Imaginárias – o vídeo Lancelot – e que, entretanto, participou em Le Temps Emprunté (2008), no Palácio de Belas Artes de Bruxelas.

Com cerca de 2500 metros quadrados de área útil, o Troubleyn fica junto ao bairro de Antuérpia onde Fabre nasceu – o De Seefhoek –, conhecido como zona problemática. Fabre pensou o seu teatro como "um motor para o regresso social do De Seefhoek". "A presença e o compromisso de um artista de perfil internacional como Jan Fabre e da sua companhia, bem como o contacto diário com os residentes, caterers e comerciantes, são estratégicos", lê-se numa nota de intenções no site do teatro. A mesma nota acrescenta : "O que torna o Troubleyn/Laboratorium unico é, acima de tudo, a sua colecção de obras de arte que são parte do edifício."


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