Uma biblioteca digital para a azulejaria portuguesa

Projecto inclui textos inéditos de João dos Santos Simões, um dos maiores especialistas do século XX em azulejaria portuguesa.

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Projecto quer ajudar à investigação da azulejaria e cerâmica Paulo Pimenta

DigiTile, assim se vai chamar a biblioteca que disponibilizará online várias colecções documentais sobre a azulejaria, com especial destaque para o trabalho inédito de João dos Santos Simões (1907-1972), o historiador e investigador que procedeu à inventariação do património azulejar português em Portugal e no Brasil.

O projecto vai ser apresentado nesta quarta-feira, dia 27, na Fundação Calouste Gulbenkian, promotora desta iniciativa juntamente com o Artis – Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Além da apresentação de vários estudos sobre azulejaria e cerâmica, estão previstos vários debates ao longo do dia.

Segundo a Fundação, a DigiTile surge da necessidade de estudar, publicar e disseminar os estudos inéditos, complementares à obra Azulejaria em Portugal de Santos Simões, constantes da parte do seu espólio hoje na Biblioteca de Arte, na Gulbenkian.

À Lusa, Paulo Leitão, da Biblioteca de Arte da Gulbenkian e um dos responsáveis pelo projecto, disse que o grande objectivo da iniciativa "é a divulgação deste património documental e informativo único" sobre azulejaria e cerâmica.

No final da década de 1950 e até ao princípio da 1970, a Gulbenkian apoiou um projecto de Santos Simões para criar o inventário da azulejaria nacional. Desse trabalho, segundo Paulo Leitão, resultaram publicações "que continuam a ser hoje obras de referência no estudo desta área". "Ficou alguma documentação que o investigador queria publicar, mas permaneceu inédita na Gulbenkian até hoje", acrescentou. Segundo este responsável, na biblioteca digital estarão disponíveis ao público cerca de três mil fotografias e outras tantas fichas documentais sobre azulejaria, 800 desenhos do pintor e desenhador Emílio Guerra de Oliveira, documentação sobre os vários tipos de azulejos em Portugal, textos inéditos de Santos Simões e ainda os textos dos investigadores do Instituto de História da Arte produzidos no âmbito do projecto.

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