Uma associação para proteger e divulgar a obra de Ângelo de Sousa

Está já agendada para 2017 uma exposição no Centro Gulbenkian de Paris, mas que pode ser precedida de outra mostra em Portugal.

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Ângelo de Sousa Nelson Garrido

António de Almeida, presidente da Fundação EDP, à frente do conselho de fundadores; Luís Braga da Cruz, presidente de Serralves, a liderar a assembleia-geral; António Lobo Xavier, advogado, a dirigir o conselho fiscal; e Miguel de Sousa, filho e herdeiro, à frente da direcção.

São estas as personalidades que vão ficar à frente do Núcleo de Estudos Ângelo de Sousa (NEÂdS), o pintor e escultor desaparecido em 2011.

Constituído formalmente em Julho de 2014, o NEÂdS é uma associação que vai ter esta sexta-feira a sua primeira assembleia-geral, na Biblioteca de Serralves, instituição que, com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), integra o núcleo original de fundadores – onde estão também, a título pessoal, figuras como Artur Santos Silva, presidente da Gulbenkian, o arquitecto Eduardo Souto de Moura, o actor João Perry, ou o fotógrafo Jorge Molder.

“São pessoas escolhidas a dedo, pelas relações pessoais de amizade, e/ou institucionais, que tiveram com o meu pai e com a sua obra”, justifica ao Ípsilon Miguel de Sousa, fazendo notar, por exemplo, que Jorge Molder está neste grupo inicial de uma vintena de personalidades não como artista – “se não, teria de haver muitos mais” –, mas “como amigo e ex-director do CAM da Gulbenkian”.

O programa do NEÂdS aponta para a salvaguarda, catalogação, restauro, promoção e divulgação da obra artística de Ângelo de Sousa (Maputo, Moçambique, 1938-Porto, 2011) tanto nacional como internacionalmente. Com esse objectivo, foi já criado um domínio na Internet – www.angelodesousa.com –, à espera de desenvolvimento, e está já agendada para 2017 uma exposição no Centro Gulbenkian de Paris, mas que pode ser precedida de outra mostra em Portugal, “mas sem a preocupação de fazer qualquer antológica ou retrospectiva, antes de ‘analisar ao microscópio’ aspectos da criação do artista”, diz Miguel de Sousa. E acrescenta que estão também em curso trabalhos académicos de investigação sobre a obra do pai, um deles na FCT/UNL, instituição que considera “a melhor posicionada para o trabalho de conservação e restauro” das peças que dele necessitarem.

Pintura, desenho, escultura, cinema, em centenas de peças e títulos, e ainda fotografia – “há mais de cem mil imagens”, realça Miguel de Sousa – constituem o espólio de Ângelo de Sousa e o património que justifica a criação do NEÂdS, que deverá ter como sede a antiga residência e atelier do artista na Foz portuense.

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