Um século de energia, com Manoel de Oliveira em fundo
Veja aqui a curta-metragem que retoma Hulha Branca, de 1932.
No princípio era a água, e da água nasceu a luz… Era esta a súmula do documentário que Manoel de Oliveira realizou em 1932, Hulha Branca, a registar a inauguração da Central Hidro-eléctrica do Ermal, no rio Ave, uma empresa fundada pelo seu pai, Francisco José Oliveira, que foi pioneiro da energia eléctrica no país. A EDP desafiou o realizador a regressar a esse seu filme (um trabalho experimental, que o próprio considerou uma obra menor, tendo-o mesmo assinado com os seus nomes do meio, Cândido Pinto), e a contar a evolução da energia no último século – que foi também, paralelamente, o século da sua vida e da própria vida do cinema.
Oliveira participou ainda em momentos da rodagem de 1 Século de Energia, na Casa de Serralves, no Porto, onde um quarteto de cordas e três bailarinas dão fundo e movimento colorido a uma nova montagem de Hulha Branca, agora em paralelo com imagens dos mesmos lugares da década de 1930 mas no tempo presente. E há também a evolução das fontes e das tecnologias de captação de energia: solar, eólica…
1 Século de Energia – que a EDP revelou esta segunda-feira, em Lisboa, no lançamento de uma nova campanha publicitária, creditando-o como “uma realização de Manoel de Oliveira” – foi terminado já após a sua morte, e é agora, acima de tudo, uma homenagem ao realizador, em imagens e sons que lhe são familiares e certamente afectivos.