Um porco é o novo objecto musical de Matthew Herbert

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Por entre a ninhada estará "One Pig" de Matthew Herbert Matthew Herbert

Matthew Herbert é um músico britânico de 37 anos, bastante influente e aclamado no panorama da música electrónica. O seu novo álbum, poder-se-ia dizer, é feito de porco.

A revista “Pitchfork” anuncia, no seu site, que o mais recente projecto do produtor e DJ Matthew Herbert tem como protagonista um porco. O álbum conceptual, intitulado “One Pig”, que deverá demorar um ano a fazer, “vai ser elaborado inteiramente com sons feitos durante o ciclo da vida de um porco”, lê-se no blogue do músico. E é por isso que a duração do álbum depende da longevidade do animal.

“Estarei lá no seu nascimento. Durante a sua vida. Presente na sua morte. E durante o processo de desmanche. O seu corpo será então dado a cozinheiros novos e velhos. Haverá um banquete e provavelmente um par de sapatos e uma bateria provenientes da pele. E uma escova de dentes dos seus pêlos. E tinta do seu sangue. Tudo isso será gravado. E depois convertido em música”.

Esta não é, de resto, a primeira vez que Herbert se aventura pelo mundo da “música concreta” – tradução livre de “musique concrète”, em francês, um novo conceito da música electrónica que surgiu em França no final da década de 1940. Foi iniciado por Pierre Schaffer e baseia-se na edição de áudio juntamente com fragmentos de sons naturais e/ou industriais, incluindo sons de ambiente e instrumentos musicais.

Ao contrário de Schaffer, que na década de 40 lidava com possibilidades ainda muito rudimentares de produzir este tipo de sonoridades, Matthew Herbert lançou, em 1998, o seu primeiro álbum conceptual, “Around The House”. Misturou as batidas de dança com sons captados a partir de objectos de cozinha e, sobre eles, colocou a voz da cantora de jazz Dani Siciliano. A partir de então rodeou-se de artistas reconhecidos, como Moloko, Motorbass e Alter Ego, entre outros.
Em 2001, lançou outro álbum em torno de um conceito, “Bodily Functions”, desta vez construído a partir de sons de tecidos humanos, cabelos e órgãos internos.

Agora, prepara-se para lançar um álbum intitulado “One Club”, que deverá sair em meados de 2010. Será gravado duma só assentada, em circunstâncias que não são surpreendentes, dado o historial do músico: um clube em Frankfurt, chamado Robert Johnson Club, no dia 30 de Setembro. Entre as oito e as dez da noite, todos são convidados para marcar presença e, de preferência, produzir sons. No local estarão distribuídos vários microfones (dentro e fora do clube, casas de banho incluídas) com o objectivo de captar a maior diversidade de sons possível.

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