Um gigantesco dicionário para a música de Cabo Verde

Campanha de crowdfunding para financiar a publicação da obra de referência dura até 28 de Agosto.

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O histórico B.Leza, aliás Francisco Xavier da Cruz, figura incontornável na reconfiguração da morna cabo-verdiana

É um livro de proporções titânicas. Sim, pode dizer-se que 18 anos a ser escrito e agrupando entradas sobre mais de 900 personagens ligadas à música do país, Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens será uma obra de peso (em todos os sentidos possíveis), referência certamente para a documentação, o estudo e o entendimento das formas musicais das terras onde B.Leza, Cesária Évora, Travadinha, Os Tubarões, Simentera ou Orlando Pantera viraram lendas.

É devido a essa ambição desmedida da obra da jornalista e antropóloga Gláucia Nogueira, distribuída por 800 páginas, que se encontra a decorrer até 28 de Agosto uma campanha de crowdfunding que visa garantir os quatro mil euros que a autora entende necessários para a impressão de 300 exemplares a serem lançados oficialmente até final de 2015. A campanha pode ser consultada aqui: http://ppl.com.pt/pt/prj/cabo-verde-e-a-musica.

A investigação de 15 anos levada a cabo por Gláucia Nogueira incide sobre “compositores, cantores, grupos, professores, regentes de bandas, produtores e construtores de instrumentos, incluindo tanto os nomes consagrados como alguns de expressão apenas local ou regional”, explica a autora na página de crowdfunding. E tem sido trabalhada em paralelo com os vários títulos já publicados pela autora sobre a História e a cultura das ilhas, nomeadamente O Tempo de B.Leza (2006), Notícias que Fazem a História. A Música de Cabo Verde pela Imprensa ao Longo do Século XX (2007) e Batuku de Cabo Verde: Percurso Histórico-Musical (2015). Sobre cada um dos artistas incluído em Cabo Verde & a Música, poder-se-ão consultar biografias, discografias, listas de composições e outras obras, com um escopo que se estende do século XIX até hoje, abarcando desde a música tradicional às produções contemporâneas.

Após alguns apoios iniciais da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal, e do Ministério da Cultura e do Instituto do Património Cultural de Cabo Verde, Gláucia Nogueira vê-se chegada ao fim de um longo período de pesquisa e redacção dos verbetes para o livro, faltando-lhe somente os fundos para a publicação da obra, esgotadas que foram as suas tentativas de financiamento em território cabo-verdiano.

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