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Maria do Rosário Pedreira, Teorema, Leya: Amar numa Língua Estrangeira, de Andrea Jeftanovic.

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Maria do Rosário Pedreira Nuno Ferreira Santos
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“Desde o ano de 2000 que me dedico, quase exclusivamente, à procura de novos talentos na ficção. Fui responsável, entre outros, por ter lançado os primeiros livros de José Luís Peixoto, Valter Hugo Mãe, João Tordo e Nuno Camarneiro”, diz Maria do Rosário Pedreira, de 54 anos, editora desde 2010 no grupo Leya. Com um percurso na edição que remonta a 1987, desempenhou funções na Gradiva, Temas e Debates e na QuidNovi.

Nos livros, procura “originalidade e vozes literárias diferentes das que temos”, e uma vez que edita, sobretudo, autores portugueses optou por escolher para esta Feira do Livro de Lisboa, uma obra da chilena Andrea Jeftanovic: Amar numa Língua Estrangeira, um romance que editou na Leya sob a chancela da Teorema.

 Alex e Sara conhecem-se num avião e é na sala de transferências de um aeroporto que surge o primeiro beijo entre estas duas pessoas "de diferentes mundos”. Ela habitante do Sul terceiro-mundista, ele cidadão do Norte ultracivilizado.

Após regressarem aos seus países sabem que, enquanto voavam (a 11 de Setembro de 2001), a cidade de Nova Iorque sofreu um atentado. Desde então, há uma espécie de “terrorismo externo” à relação dos dois: cada novo encontro coincide com outros ataques terroristas, como os de Madrid e de Londres.

O romance ilustra “o poder e o limite" de um idioma, mostrando duas pessoas que, falando uma língua que não é a sua, “não conseguem dizer tudo o que sentem”. É um romance que oscila “entre o poético e o visceral", é "erótico, por um lado, mas também muito comovente, por outro”.

Texto editado por Isabel Coutinho

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