Um Big Brother ilustrado para a era Snowden

Clássico de George Orwell em nova edição ilustrada da Folio Society.

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A nova edição de 1984 tem ilustrações de Jonathan Burton

Alguns livros são intemporais, outros são oportunos. Um livro que seja as duas coisas aos mesmo tempo é mais raro, mas depois das revelações de Edward Snowden, o ex-assalariado da CIA que mostrou ao mundo como o governo americano espia toda a gente – os seus próprios cidadãos, chefes de Estado, nações rivais e nações cordiais –, as vendas de 1984, de George Orwell, dispararam na Amazon.

Publicado em 1949, o clássico de Orwell é uma distopia sobre um Estado totalitário que controla tudo e todos – não só as acções, mas também os pensamentos e os desejos dos seus cidadãos. Para alguns, a realidade revelada por Snowden é orwelliana; para outros, Orwell mal podia imaginar o estado a que as coisas iriam chegar.

É isso que escreve o editor do The Guardian Alan Rusbridger, um dos jornalistas que teve acesso a Snowden e escreveu sobre as suas revelações em primeira mão, no prefácio de uma nova edição ilustrada de 1984, publicada pela inglesa Folio Society que, desde 1947, faz questão de fazer livros bonitos com grande literatura (Ulisses de Joyce, O Monte dos Vendavais e Shakespeare tiveram o mesmo tratamento visual).

A edição conta com ilustrações de Jonathan Burton. A capa é o rosto inquietante do Big Brother, olhando-nos onde quer que estejamos. 

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