Trabalhadores da Fundação Côa Parque ainda não receberam salário de Setembro

Falta de verba para pagar aos funcionários no dia habitual ter-se-á ficado a dever a atrasos nas transferências financeiras de vários fundadores.

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Os 29 funcionário da Fundação Côa Parque, que gere o Museu do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), não receberam o salário correspondente ao mês de Setembro, uma situação que acontece pela terceira vez este ano, informou esta quinta-feira o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro (STFPS).

"Mais uma vez nos vemos confrontados com o não pagamento do salário”, afirmou à Lusa José Branquinho, dirigente sindical do STFPS, que atribui responsabilidades a sucessivos governos, do executivo socialista de José Sócrates, que instituiu a fundação, até ao actual governo de Passos Coelho, que deu posse ao respectivo conselho de administração.

“Ao longo dos últimos três anos, algumas pessoas diziam que a criação de uma fundação para gerir o museu o parque do Côa contribuiria para que se pudesse acentuar um projecto cultural da região”, acrescentou Branquinho, observando que este objectivo não foi cumprido e, pelo contrário, se veio a “verificar que esta estrutura é um poço de problemas”.

Há já “largos meses” que os salários dos trabalhadores da Fundação Côa Parque “têm sofrido atrasos no seu pagamento”, adianta, lembrando que o subsídio de férias foi pago com uma semana de atraso”.

Caso o Governo não cumpra com as suas obrigações com os trabalhadores da Fundação Côa Parque, estes garantem que serão tomadas “medidas de luta”, referiu Branquinho, adiantando que está marcado em plenário de trabalhadores para as 18h desta quinra-feira. "Trata-se de uma situação muito grave para quem trabalha”, diz, e de “desrespeito por um corpo de funcionários que já foi dado como exemplar na administração pública".

Na opinião do dirigente sindical, este é um episódio que se tem repetido demasiadas vezes e que degrada a imagem da instituição e põe em causa o seu futuro e o seu património.

Os membros fundadores da Côa Parque são a Direcção-Geral do Património Cultural, os ministérios da Economia e do Ambiente, a Câmara de Vila Nova de Foz Côa e a Associação de Municípios do Vale do Côa.

Segundo um comunicado do STFPS co-assinado por Branquinho e pelo delegado sindical Luís Luís, o conselho de administração não informou os trabalhadores deste atraso, mas ele “acontecerá porque a Agência Portuguesa do Ambiente, dependente do Ministério do Ambiente, mantém uma dívida de mais de cem mil euros para com a Fundação Côa Parque, enquanto outro fundador, a Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa deve 17 mil euros”.

 
 
 

 

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