"Taliban" destroem por completo a cabeça do maior buda do mundo

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Apesar da condenação da comunidade internacional, a milícia islâmica continua a destruição do estatuário budista Jean-Claude Chapon/AFP

Os "taliban" anunciaram que destruíram hoje por completo a cabeça da maior estátua do buda existente no mundo, esculpida a mais de 1500 anos em Bamiyan, no centro do Afeganistão, no âmbito do que consideram ser a sua campanha de erradicação do estuário pré-islâmico, informou a agência Imprensa Islâmica Afegã (AIP).

De acordo com a AIP, citada pela AFP, a milícia islâmica dinamitou a cabeça da estátua do buda, com cerca de 55 metros de altura, depois de ter já destruído outras estátuas alusivas à religião budista, também em Bamiyan.Um responsável da oposição aos "taliban" avançou a partir da sua base a 40 quilómetros a oeste de Bamiyan que a milícia tinha retomado a demolição dos budas com carros de combate, artilharia e explosivos.
O porta-voz do Hezb-i-Wahdat, um movimento de oposição armada hazara - étnia maioritária no centro do Afeganistão -, Ahmed Bahram, afirmou que não está em posição de avaliar os desgastos causados aos dois budas principais.
O mais pequeno buda, entre todos os outros de Bamiyan, com 38 metros de altura, tinha sido destruído com disparos de "rockets" pelos "taliban" durante a tomada do vale de Bamiyan pela milícia islâmica há três anos.
No passado dia 26 de Fevereiro, Mohamed Omar, o chefe supremo dos "taliban" tinha ordenado a destruição de todo o estatuário afegão pré-islâmico, nomeadamente as estátuas budistas com o objectivo de impedir que fossem adoradas.
Os "taliban" referiram nos últimos dias que as destruições das imagens budistas seriam levadas até ao fim em nome do Islão, apesar das várias condenações a estes actos por parte do comunidade internacional. Hoje, o ministro "taliban" dos Negócios Estrangeiros, Wakil Ahmed Mutawakel, disse que a milícia no poder não vai recuar na destruição das estátuas. "Temos dito que não vamos poupar os objectos budistas", acrescentou o responsável, sublinhando que Mohamed Omar tinha já afirmado que a destruição das estátuas seria "irreversível".

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