Rock, pop, folk e isso tudo

Lady Lamb The Beekeeper arranja quase sempre forma de nos surpreender.

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Lady Lamb The Beekeeper faz da pop mais inventiva que aí anda DR

Quando não se sabe como designar um objecto inventa-se uma expressão — pelo menos foi o que a Rolling Stone fez, ao descrever After, o segundo álbum de Lady Lamb The Beekeeper como “folk rock surrealista”. Tudo certo: há rock nas guitarras abrasivas de Vena cava, há folk no banjo da magnífica Violet Clementine; quando ao surrealismo, bem, os metais de Spat out spit são inesperados e quando, em Atlas, surgem cordas em vagas tonitruantes, dificilmente alguém dirá “estava-se mesmo a ver”. De modo que “surrealismo” aqui significa surpresa e inventividade: Lady Lamb produz uma espécie de power-indie-folk-pop em que dedilhados de guitarra vagamente reminiscente da música tradicional americana desaguam em grandes refrães (como se pode aferir por Billions of eyes ou Heretic) e quase sempre encontra, dentro desta moldura razoavelmente ampla, forma de nos surpreender. O coro em Atlas, por exemplo: alguém imaginava que se ia parar ali? No fundo, tudo isto (a folk, as guitarras indie rock, os arranjos de cordas e de metais) é pop. Da mais inventiva que por aí anda.

Lady Lamb produz uma espécie de power-indie-folk-pop em que dedilhados de guitarra Lady Lamb The Beekeeper
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