Prémio Vasco Vilalva para o Museu de Arte Sacra de Santarém

Menção honrosa para a recuperação do Cinema Ideal, em Lisboa.

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As obras da recuperação do museu DR
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O Cinema Ideal Enric Vives-Rubio
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O Cinema Ideal miguel manso
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O Cinema Ideal, em Lisboa, um dos 500 aderentes à Festa do Cinema, irá exibir três filmes de Paulo Rocha, dois deles, os emblemáticos Verdes Anos e Mudar de Vida em versão digital restaurada Laura Castro Caldas e Paulo Cintra
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O Cinema Ideal Laura Castro Caldas e Paulo Cintra

O Museu de Arte Sacra de Santarém é o vencedor do Prémio Vasco Vilalva, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian a projectos de intervenção na área do património e que tem o valor de 50 mil euros. Ao projecto coordenado pelo arquitecto Pedro Resende Leão junta-se ainda uma menção honrosa a José Neves pela recuperação do Cinema Ideal, em Lisboa.

A fundação, que divulgou esta quarta-feira o nome do vencedor, especifica que o prémio anual homenageia o filantropo Vasco Vilalva (1913-1975) e que esta decisão do júri foi unânime. Dalila Rodrigues, António Lamas, José Pedro Martins Barata, José Sarmento de Matos e Rui Esgaio sublinham a “importância e abrangência do património recuperado” e a mais-valia deste projecto, que proporcionou o “resgate da perda iminente de um conjunto de peças de arte sacra” que integram o acervo do museu situado no complexo da catedral de Santarém e inserido na Rota das Catedrais.

Em termos técnicos, o júri elogiou os “critérios e metodologias das intervenções” e frisou a importância do museu para a dinamização cultural da região e para a própria recuperação da catedral incluída no projecto. Três salas de exposição e uma sala de reservas albergam 220 pinturas, esculturas, talhas, azulejos, têxteis e outras obras do século XII até à actualidade, oriundas de um levantamento feito desde 2006 pela Comissão Diocesana para os Bens Culturais da Igreja. Há ainda livros e documentos em pergaminho e em papel provenientes do Fundo Antigo da Sé e Seminário de Santarém e de várias paróquias da diocese de Santarém que se encontravam dispersos.

O Museu Diocesano de Santarém, dirigido pelo padre Joaquim Ganhão, foi inaugurado a 12 de Setembro de 2014 pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, numa cerimónia em que o músico Rodrigo Leão estreou Cantata Mundi. O projecto teve financiamento no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional através do Programa Operacional do Alentejo (Inalentejo).

Já o Cinema Ideal, inaugurado em Agosto de 2014 no âmbito de um projecto da Midas Filmes e da Casa da Imprensa com apoio da Câmara de Lisboa, é um projecto de recuperação de José Neves (Prémio Secil 2012 e Prémio Valmor 2011) e recebeu uma menção honrosa por o júri ter considerado que contribuiu para a “história da exibição cinematográfica em Portugal” – o cinema, originalmente inaugurado em 1904, foi uma das primeiras salas de Lisboa – “e para a vivência contemporânea da cidade”. O exibidor e produtor Pedro Borges, da Midas Filmes, disse à Lusa ter ficado "contente, porque é uma coisa inesperada premiarem um cinema, mas devia haver uma política nacional, concertada, de reabertura de salas como esta pelo país", defendeu.

Atribuído anualmente, o prémio já distinguiu a requalificação das salas de exposição do Museu do Caramulo (2013), o restauro da Igreja do Santíssimo Sacramento em Lisboa (2010), a recuperação e musealização do Móvel do Arcano Místico em Ribeira Grande (Açores, 2012) e a recuperação das ruínas romanas da Cidade de Ammaia, em Marvão (2009).

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