Pela primeira vez, há quatro americanos na long list do Man Booker

Este é o ano em que um dos mais conceituados prémios literários do mundo se abriu aos escritores dos EUA. A short list do galardão britânico é anunciada em Setembro e o vencedor em Outubro.

Foto
Joshua Ferris, um dos americanos candidatos, Ali Smith, que já tinha integrado a short list do Booker, e Howard Jacobson, vencedor em 2010 DR/ Stephen Hird-Reuters/Luke MacGregor-Reuters

No primeiro ano em que o prémio Man Booker está aberto a ficcionistas de qualquer nacionalidade, desde que escrevam em inglês e estejam publicados no Reino Unido, a long list de 13 autores tem seis britânicos e quatro americanos no seu rol. Na lista divulgada esta quarta-feira estão Howard Jacobson, o vencedor em 2010, e Ali Smith e David Mitchell, que estiveram em short lists de edições anteriores. Joshua Ferris, Karen Joy Fowler, Siri Hustvedt e Richard Powers são os primeiros norte-americanos considerados para o Booker.

Em 46 anos de Man Booker Prize de ficção, este é o primeiro em que as regras permitem a entrada da literatura norte-americana, que se faz representar com quatro autores: Joshua Ferris, pelo livro To Rise Again at a Decent Hour, Karen Joy Fowler, que escreveu We Are All Completely Beside Ourselves, Siri Hustvedt, com The Blazing World, e Richard Powers, autor de Orfeo. Para além dos três britânicos repetentes nesta lista – Howard Jacobson está nomeado pelo seu J, Ali Smith por causa de How to Be Both e David Mitchell por The Bone Clocks – há os estreantes Paul Kingsnorth e Neel Mukherjee – os únicos de toda a lista que não estão editados em Portugal – com o romance The Wake e The Lives of Others.

Na long list estão ainda os irlandeses Niall Williams, com History of the Rain, e Joseph O'Neill, com The Dog, e o australiano Richard Flanagan, por The Narrow Road to the Deep North. Na edição passada, o prémio admitiu pela primeira vez autores irlandeses ou de países da Commonwealth, sendo que a vencedora dessa edição foi a neozelandesa Eleanor Catton, pelo romance The Luminaries.

“Ao incluir escritores de todo o mundo ao lado dos autores irlandeses ou de países da Commonwealth, o Man Booker Prize reforça a sua posição enquanto o prémio literário mais importante para o todo o mundo que fala inglês”, diz Jonathan Taylor, presidente da fundação Booker Prize, em comunicado de imprensa.

“Acho óptimo que finalmente tenhamos um prémio para os autores de língua inglesa que não faz a distinção entre autores por virem de um país em particular”, diz na mesma nota divulgada esta quarta-feira Salman Rushdie, anglo-indiano vencedor deste prémio em 1981.

A short list deste prémio será anunciada a 9 de Setembro e o vencedor do prémio de 50 mil libras (cerca de 58 mil euros), a 14 de Outubro.

Sugerir correcção
Comentar