Os últimos dias do “disco”

Um filme que não corre risco nenhum que venha ameaçar a sua imaculada fotogenia.

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Mia Hansen-Love é uma cineasta simpática que tem feito filmes simpáticos (como Um Amor de Juventude, talvez o seu melhor), sempre no balanço entre uma vaga memória do cinema francês saído da nouvelle vague e uma sensibilidade mais “contemporânea”.

Éden

, história dum “sonho francês”, a ascensão e queda dum DJ de

house music

, não desmerece a simpatia nos seus modos de crónica geracional, filme de “passagem” da euforia juvenil à desilusão adulta, com actores convincentes e ambientes reconstituídos credivelmente. Ao mesmo tempo – e como os outros filmes de Mia – deixa a sensação de se contentar com pouco, com a sua própria eficácia narrativa (e a espaços emocional), e não correr verdadeiramente risco nenhum que venha ameaçar a sua imaculada fotogenia.

Não desperta nenhuma aversão, mas é um longo filme demasiado tranquilo, por paradoxal que isto seja, dada a “intranquilidade” inerente às personagens e ao seu percurso.

 

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