Os milagres de Fontcuberta e um mundo de crença nos Encontros da Imagem de Braga

Edição dedicada ao tema Fé e Esperança começa a 18 de Setembro.

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A série Milagres & Co., de Joan Fontcuberta, resulta de uma expedição à Carélia, na Finlândia
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Em Belief, o israelita Natan Dvir faz um mapeamento das crenças religiosas através do mundo
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Erosão, de Nelson D'Aires, estará no Arquivo Janes

A manipulação do real e a forma como questiona a verdade das suas imagens têm garantido a Joan Fontcuberta um lugar particular no panorama da fotografia contemporânea. Na obra do autor catalão há também espaço para recriar milagres e ritos que fazem parte do imaginário religioso cristão. É essa a sua proposta em Miracles & Co, exposição que vai poder ser vista durante os Encontros da Imagem de Braga, que começam a 18 de Setembro.

Esta série de Fontcuberta, que vai estar exposta no Museu da Imagem, parte de uma incursão pela Carélia, a região mais meridional da Finlândia, onde a Igreja Ortodoxa integrou vários cultos pagãos nos seus ritos. Foi sobre ela que o fotógrafo se debruçou, já lá vão 12 anos. Os milagres não perderam pertinência ao longo desse tempo e assentam perfeitamente no tema da 24.ª edição do festival de fotografia bracarense: Fé e Esperança.

Os Encontros da Imagem – que se prolongam até 31 de Outubro – questionam, este ano, o lugar da religião e dos ritos no mundo contemporâneo. Esse mapeamento de crenças é feito de forma certeira em Belief, uma série do fotógrafo israelita radicado nos Estados Unidos Natan Dvir, que retrata manifestações políticas e eventos religiosos um pouco por todo o mundo (para ver no Salão Medieval da Reitoria).

O maior festival de fotografia nacional abre também espaço para os criadores nacionais. Erosão, de Nelson D’Aires, estará no Arquivo Janes – juntamente com trabalhos de Augusto Brázio, Diego Saldiva, Marie Hudelot, Panos Kefalos e Susan Girón; o mosteiro de Tibães acolhe, como habitualmente, a maioria das exposições dos Encontros da Imagem, entre as quais a nova série de Tito Mouraz, Casa das Sete Senhoras, e Sous La Sable, de Inês D’Orey. No mesmo espaço também podem ser vistas as propostas de Alexandre Almeida, Georges Pacheco, Jordi Burch, José Bacelar, Luísa Ferreira, Mireille Loup, Monika Minerva e Valter Vinagre.

Os Encontros da Imagem estendem-se este ano às duas maiores cidades portuguesas. Antes mesmo do seu início oficial, a 13 de Setembro, o Espaço Mira, no Porto, recebe a exposição colectiva Da Radicalização do Mundo. A partir de 27 de Setembro, o festival chega a Lisboa com exposições em seis espaços da cidade, entre as quais da Galeria da Boavista, a Plataforma Revólver e a Casa Museu Medeiros de Almeida.

Também integrado no programa do festival, volta a ser entregue o Prémio Internacional de Fotografia Emergentes DST, cujas inscrições terminam esta sexta-feira. Durante o festival (17 e 18 de Setembro), um conjunto de críticos, galeristas e directores de festivais fará a leitura dos 20 portfólios selecionados. O vencedor do prémio de 7.500 euros será anunciado no dia 20.

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