Oliver Stone relaciona Pokémon Go com riscos de totalitarismo

Realizador norte-americano foi interrogado sobre questões de segurança relacionadas com telemóveis durante a Comic-Con Internacional.

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O painel dedicado ao filme Snowden na Comic-Con juntou Oliver Stone e os actors Joseph Gordon-Levitt, Shailene Woodley e Zachary Quinto AFP

O realizador norte-americano Oliver Stone classificou o jogo mobile do momento Pokémon Go como “um novo nível de invasão” de privacidade que pode levar ao “totalitarismo”. Stone expressou os seus receios sobre o jogo durante a promoção do seu novo filme sobre Edward Snowden, o ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional que revelou segredos de espionagem do governo americano, durante a Comic-Con Internacional que está a decorrer em San Diego.

Ao ser interrogado por alguém da audiência sobre se o jogo levantava algumas questões de segurança, Oliver Stone disse que as empresas estavam a pôr em prática “um capitalismo vigilante” ao monitorizarem o comportamento das pessoas. Como à pergunta se seguiram algumas gargalhadas da audiência, segundo o relato da revista Time, o realizador foi peremptório: “Não tem graça. O que está a acontecer é um novo nível de invasão. Os lucros são gigantes para sítios como a Google. Investem uma quantidade enorme de dinheiro na recolha de dados – o que estamos a comprar, do que gostamos, o nosso comportamento." Finalmente, acrescentou, essa informação permite às empresas manipular o nosso comportamento: “A isso chama-se totalitarismo.”

O novo jogo foi lançado pela Niantic, empresa especializada em jogos de realidade aumentada, e tem como objectivo encontrar pokémons - os pequenos monstros da série animada Pokémon e dos respectivos jogos de vídeo do final dos anos 1990 - em locais públicos ou privados em redor do utilizador, utilizando as ferramentas de navegação e geolocalização do telemóvel. A novidade é a exploração no mundo real da realidade virtual apresentada no ecrã do telemóvel.

A aplicação Pokémon Go, cujo download é gratuito, enfrentou várias críticas por permitir o acesso à conta completa do jogador no Google, incluindo emails e palavras-chave. A Niantic afirmou que já corrigiu o defeito e garantiu aos utilizadores que não estava a compilar dados.
  

 

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