Ó tempo volta pra trás

Um exercício modesto mas inteligente de ficção científica, entre a Twilight Zone e John Carpenter.

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Predestinado: um merecidíssimo estatuto de culto junto dos apreciadores DR

Prova de que as lições da série B continuam bem vivas no cinema de género, Predestinado tem a vantagem suplementar de confirmar os irmãos australianos Michael e Peter Spierig como praticantes inteligentes do género, maximizando sabiamente o seu pequeno orçamento e ancorando todo o filme em dois óptimos actores – Ethan Hawke, regressado de um anterior e igualmente bem interessante filme da dupla, O Último Vampiro (2008), e a revelação Sarah Snook.

Adaptando um conto do escritor Robert A. Heinlein, Predestinado tece uma elaboradíssima teia de acontecimentos e paradoxos à volta de um “agente temporal” enviado do “futuro” de 1996 para travar um misterioso bombista na Nova Iorque dos anos 1970. É um exercício modesto mas intrigante de ficção científica existencial, a meio caminho entre a Twilight Zone de boa memória e as primeiras obras de mestre John Carpenter (nem falta a banda-sonora feita de pulsares electrónicos, assinada por um dos manos realizadores); o seu engenho garante-lhe desde já um merecidíssimo estatuto de culto junto dos apreciadores.  

 

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