O tempo nos Jardins Efémeros

Concertos por Steven Brown & Blaine L. Reininger, Liima, Aïsha Devi ou Sensible Soccers e a arte de Vhils e ±MaisMenos± em destaque num programa multidisciplinar sob o signo do Tempo.

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A invulgar soprano Aïsha Devi
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O projecto norueguês de Geir Jenssen, ou seja Biosphere
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A pianista Joana Gama apresentará a performance Vexations
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Lula Pena
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Sensible Soccers
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Pedro Tudela
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André Gonçalves com Alex Zhang Hungtai (Dirty Beaches)
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Landforms
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Peixe: Avião
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Alexandre Farto (VHILS) e Miguel Januário (MaisMenos) irão reflectir sobre o futuro do espaço físico onde operam
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Red String, uma instalação de Marian Van Der Zwaan
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Intervenções do colectivo SOVA nas fachadas e interior das lojas
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Instalação de Juliana Ferreira, com um bloco de vidro que regista com o seu corpo o peso do tempo

A VI edição do festival Jardins Efémeros de Viseu, que acontece de 1 a 10 de Julho, vai decorrer sob o signo do tempo. Foi esse o desafio endereçado aos mais diversos criadores, de múltiplas disciplinas, que irão ocupar espaços emblemáticos da cidade como o Museu Nacional Grão Vasco ou a Catedral de Viseu.

Mais uma vez o evento contempla concertos, sessões DJ, instalações artísticas, exposições, sessões de cinema ao ar livre, mercados, conferências, teatro ou oficinas, tudo a acontecer no centro. A festa, essa, será sobretudo musical, com concertos gratuitos espalhados pela cidade. Em 1989 os fundadores do legendário grupo Tuxedomoon, Steven Brown e Blaine L. Reininger (dia 1), gravaram um disco ao vivo no São Luiz em Lisboa, chegando agora a Viseu para mostrar trabalhos mais recentes.  

Da Dinamarca vêm os Liima (dia 8). Enquanto os dinamarqueses Efterklang dão uma pausa a si próprios, três dos seus músicos criaram um novo projecto, que lançou há pouco um álbum com ligações a Portugal. É que o grupo gravou no Funchal e um dos seus membros vive agora em Lisboa. Quem entrar em ii vai deparar-se com uma pop sintética extravagante, compondo um universo que consegue ser tão claustrofóbico quanto dançante.

Espectáculos com sentido de aventura não irão faltar, com a invulgar soprano Aïsha Devi, o israelita Autarkic, o compositor Andreas Trobollowitsch, os gregos experimentalistas Mohammad, o Saudaá Group de França, que combina aspectos técnicos da música de órgão litúrgica e da mecânica e da relojoaria, ou o projecto norueguês de Geir Jenssen, ou seja Biosphere (dia 9), um dos mais credíveis da música electrónica ambientalista. A pianista Joana Gama (dia 8) apresentará a performance Vexations, aventurando-se a tocar uma peça de Erik Satie durante 15 horas, no contexto dos 150 anos do nascimento do compositor.

De Portugal haverá concertos ou sessões DJ pelos Sensible Soccers, Lula Pena, André Gonçalves com Alex Zhang Hungtai (Dirty Beaches), Landforms, Tropa Macaca, Peixe: avião, Pedro Tudela, Rui Miguel Abreu, Blacksea Não Maya ou Inês Meneses, num panorama liberto de limites estilísticos, aberto à surpresa.

Ainda na música haverá uma série de palestras que envolvem a revista britânica The Wire, enquanto as artes visuais estarão em evidência nas antigas instalações da fundição Francisco Gonçalves, que receberá o projecto Pavilhão Mundo Português, com fotografia de Duarte Belo. Em Portugal, Retrocesso ao Futuro, Alexandre Farto (VHILS) e Miguel Januário (MaisMenos), irão reflectir sobre o futuro do espaço físico onde operam, o mesmo é dizer que se trata também de repensar sobre a existência do país.

Uma instalação da artista visual Marian Van Der Zwaan, as intervenções do colectivo SOVA nas fachadas e interior das lojas, ou uma instalação de Juliana Ferreira, com um bloco de vidro que regista com o seu corpo o peso do tempo, tratarão de promover o envolvimento da comunidade, num evento multidisciplinar onde a componente experimental anda a par da pedagogia citadina.

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