O regime está “a adiar o inevitável”

Luaty Beirão acredita que, apesar de tudo, "as coisas estão a mudar em Angola".

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Manifestação no Porto, em Outubro de 2015, pela libertação dos activistas presos em Angola DIOGO BAPTISTA

Apesar da prisão e das tentativas de “silenciamento” por parte do governo, Luaty Beirão acredita que “as coisas estão a mudar” em Angola.

A prisão dos 17 activistas foi noticiada e criticada em todo o mundo. No fim de Novembro, Luaty esteve nas Nações Unidas, em Genebra, Suíça, para participar numa conferência sobre detenções arbitrárias.

“O simples facto de eles nos terem prendido ajudou-nos no processo de denúncia e de ‘basta’ que tem de ser dado à situação em que vivemos. Houve pessoas que nunca exprimiram politicamente as suas opiniões e que começaram a aparecer nas vigílias, começaram a dar opiniões nas redes sociais, começaram a escrever sob pseudónimos. As pessoas estão a querer tirar as suas próprias mordaças”, afirma.

Para o activista, em Angola vive-se um paradoxo: “a repressão continua a funcionar, mas é cada vez menos eficaz” porque as pessoas “estão a começar a ficar chateadas com a repetição do episódio repressão/silenciamento forçado. Lá dentro [em Angola] nós sentimos, é palpável”, garante. Este estado de coisas é que leva o governo a optar pela “porrada” e pelas prisões arbitrárias, acredita o activista. Meras formas de “adiar o inevitável”: uma mudança no regime.

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