O que há de errado com estes filmes? Muita coisa

Os dinossauros de Mundo Jurássico esmagaram o rigor, mas há outros exemplos históricos dignos de nota.

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O filme mais visto do ano é também o filme com mais erros de 2015. Mundo Jurássico, que lançou os seus dinossauros para a conquista das bilheteiras do mundo e se tornou no campeão do ano (até agora), bate recordes noutro campeonato – o dos erros, com 18 entradas no top do site Movie Mistakes.

Serão menos graves do que problemas históricos em filmes – há a lenda do relógio de pulso em Ben-Hur, mas que parece ser mesmo apenas um mito urbano – como o rapazinho figurante que põe as mãos nos ouvidos imediatamente antes de um tiro ser disparado em Intriga Internacional, de Hitchcock, ou tão risíveis quanto as botijas de gás que escaparam à edição da reconstituição da Batalha de Cartago em Gladiador, de Ridley Scott. Há uma Ford Transit em Braveheart e Tarantino deixou escapar que na cena em que Samuel L. Jackson e John Travolta são alvejados num apartamento, já havia buracos dos tiros na parede de Pulp Fiction.



Os olhos atentos dos utilizadores do Movie Mistakes chamam a atenção para os problemas que encontram na intriga, nas imagens e nas ligações entre cenas e o site colige-os, contabilizando numa lista os principais problemas de cada filme. No rol deste ano, que está ainda em evolução por faltarem ainda mais de três meses para terminar 2015, o blockbuster Mundo Jurássico está então no topo. Uma cena em que o protagonista, Chris Pratt, fala com a sua correligionária Bryce Dallas Howard sem mover os lábios, por exemplo, ou um telemóvel com o ecrã estilhaçado e que magicamente, no plano seguinte, estará afinal intacto.

Primeiro uma arma de atordoar, depois já será um aguilhão (para o gado). E assim sucessivamente, numa série de entradas de espectadores e utilizadores que são mais ou menos picuinhas no tipo de críticas que fazem à continuidade, à verosimilhança ou aos problemas de raccord de vários títulos, sobretudo filmes de grande orçamento e correspondente chapão no mercado. E muitos são franchises que tiveram este ano novos capítulos.

Em segundo lugar vem então o novo Exterminador: Genisys (nove erros, como um nariz de um organismo cibernético, o T-800, que numa cena não existe depois de muitos danos e surge inteiro no plano seguinte, um híbrido Toyota Prius em 1997, quando é representada a destruição de São Francisco, entre muitos outros) e em terceiro o regresso de Mad Max no turbinado Estrada da Fúria, com Charlize Theron e Tom Hardy. Oito erros, entre os quais um que envolverá o emblemático guitarrista incendiário que, depois de uma luta com Hardy (Max), ora tem ora não tem a sua guitarra flamejante.

Mundo Jurássico, realizado por Colin Trevorrow e que se estreou no início do Verão para acumular já 6,9 mil milhões de euros de receita de bilheteira mundial, tornou-se o filme mais bem sucedido do ano em todo o mundo, mas em Portugal o mais visto foi mesmo a animação Os Mínimos. Que surge no oitavo lugar da lista com sete erros, entre os quais o tipo de moeda usado em algumas paragens da sua viagem pelos tempos em busca de um amo malvado ou a data errada em que se cruzam com os Beatles sendo fotografados em Abbey Road.

Um clássico está no topo da lista dos recordistas de erros – Apocalypse Now acumula, segundo o site, 561 erros, seguido por Os Pássaros (546) e O Feiticeiro de Oz (418). Há também centenas de erros contabilizados em Tubarão, Guerra das Estrelas e vários Harry Potter, entre muitos outros.

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