O Exterminador cansado

Quando Schwarzie diz “I’ll back” parece dizê-lo com o tom maçado de quem não acredita que trinta anos depois a line ainda possa funcionar.

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A enésima – ou apenas a quinta – variação em torno do filme original de James Cameron e das suas personagens.

Terminator Genisys é marginalmente melhor do que a última tentativa de fazer render a série, o Terminator Salvation de 2009: tem o regresso de Schwarzenegger a retomar o seu T-800 agora grisalho, tem uma relação directa com a intriga do filme de Cameron (embora nos seus paradoxos cronológicos complicados essa relação se estique até à completa falta de sentido, útil pelo menos), e tem um bocadinho mais de realidade do que o festival de efeitos especiais que era Salvation. Mas depois falta imaginação, porque a complexidade da narrativa, sempre a ser explicada, não tem correspondência na intensidade dramatúrgica, porque tudo se resume às mesmas cenas de pancadaria high tech entre cyborgs auto-recicláveis, porque falta humor – mesmo quando Schwarzie diz I’ll back parece dizê-lo com o tom maçado de quem não acredita que trinta anos depois aquela line ainda possa funcionar – ainda por cima ele, que esteve no Last Action Hero de McTiernan e já encheu a barriga de auto-paródia como deve ser. 
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