O que podia fazer a mega-estrela pop Beyoncé para voltar a surpreender? Subverter mais uma vez as regras do marketing. Em vez de um videoclipe típico, daqueles que lhe reforçam a aura de rainha da sofisticação, da sensualidade e da perfeição técnica, fez um trabalho "caseiro".

Numa espécie de selfie videográfica, mostra-se, com o look limpo de quem pouco se preocupa com a câmara, a dançar na varanda, na casa-de-banho, no quarto desarrumado, no corredor. Ora sozinha, ora com amigas/bailarinas. Como se as imagens convidassem a espreitar uma espécie de festa de pijama de uma das mais poderosas personalidades da indústria. A surpresa é esta: não precisou de um orçamento de milhões. Só dos seus atributos. Com uma música simples e interpretação à letra (pernas para aqui, braços para ali, muitas palmas e alguns twerks).
 
Pode ser apenas uma janela para a intimidade da cantora (a mesma intimidade que durante tantos anos protegeu), consistente com a necessidade que tem manifestado de se mostrar como uma rapariga igual a tantas outras (lembremos, por exemplo, o documentário autoproduzido Beyoncé: A Vida É Um Sonho). Mas, a julgar pela quantidade de comentários que despertou na imprensa e nas redes sociais, também já é uma manobra comercial de génio. Mais uma.   

O tema do vídeo, que foi divulgado online na sexta-feira, sem pré-aviso, faz parte de Beyoncé: Platinum Edition, uma versão de luxo do álbum homónimo que a norte-americana lançou, também de surpresa, em Dezembro de 2013.