NOS Alive arranca com lotação esgotada para receber os Arctic Monkeys

O festival realizado no Passeio Marítimo de Algés decorre entre quinta-feira e sábado e, além dos britânicos, apresenta em cartaz os Black Keys, Libertines, Buraka Som Sistema, Daughter, War On Drugs, Au Revoir Simone ou Unknown Mortal Orchestra

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Os britânicos Arctic Monkeys Paulo Pimenta

Dizermos que não há grandes novidades, neste caso, é um elogio. Desde a primeira edição em 2007, com Pearl Jam, White Stripes ou Beastie Boys, o agora NOS Alive tornou-se inescapável do roteiro de festivais de música portugueses. Tanto que escrever que nasceu no Passeio Marítimo de Algés em 2007 parece estranho: mas não está ali desde sempre?

Não, não está. Mas com Neil Young, Bob Dylan, Radiohead, Vampire Weekend ou Primal Scream, algumas das centenas de nomes que trouxe ao longo dos anos, com aquele espaço urbano beira Tejo a tornar-se familiar e o nome a ganhar protagonismo em Portugal e fora dele (este ano esperam-se 15 mil espectadores estrangeiros), temo-lo por garantido: ano após ano, lá acolheremos em Julho este festival de massas que agrupa nomes consagrados, fenómenos consolidados e bandas emergentes.

A novidade reside, portanto, nos nomes que se renovam a cada novo cartaz. Hoje, quinta-feira, o primeiro dia, os britânicos Arctic Monkeys (0h15, palco NOS), a banda que começou por ser representação certeira, em lírica e som, da sua geração, até se transformar num portento rock’n’roll transversal, são os cabeças de cartaz e grandes responsáveis pela lotação esgotada registada – mas os Imagine Dragons de I’m on top of the world ou Radioactive (20h50, palco NOS), a banda dos refrães de sonho para campanhas publicitárias, também terão contribuído para a enchente (programados para o palco Heineken, foram mudados para o principal devido à grande procura por parte do público, justificou a organização).

O rock britânico regressará no último dia, sábado, com os regressados Libertines do controverso Pete Doherty e Carl Barat a recordarem o tempo, na primeira metade da década passada, em que quiseram recentrar a cultura pop no seu país, a Inglaterra, e na sua cidade, Londres (0h15, Palco Nos). Antes deles, sexta, aquela que é provavelmente a mais bem-sucedida banda rock’n’roll dos nossos tempos, os Black Keys de Dan Auerbach Patrick Carney,vêm apresentar o recente Turn Blue. Será uma noite a exigir que nos preparemos para abanar as ancas em vários tipos de ginga: com os Black Keys (22h25, Palco NOS), com o festim kuduro-techno-zouk-bass e o mais que venha dos Buraka Som Sistema, regressados ao palco principal seis anos depois para mostrar as novidades de Buraka (0h25, Palco NOS), e com o punk’n’roll dos Vicious Five (18h, Palco NOS), a banda portuguesa que, depois do adeus em 2008, regressa para se despedir definitivamente (para se despedir como viveu, ou seja, em festa que abraça toda a gente).

Há muito mais a acontecer, porém, além do palco principal. E nem nos referimos à novidade absoluta, certamente surpreendente num festival de música, que é o Palco Comédia por onde passarão diariamente, a partir das 17h, humoristas como Aldo Lima, Manuel Marques, Eduardo Madeira, Nilton ou César Mourão. No que à música diz respeito, há muita vida distante do palco principal – muitos dirão, aliás, que é num dos secundários, o Heineken, que se verá o que de mais estimulante o NOS Alive tem para oferecer (há no recinto mais dois palcos, o Coreto, onde veremos Manuel Fúria, d3ö, Keep Razors Sharp ou Beautify Junkyards, e o NOS Clubbing onde actuarão Pantha du Prince, Diplo ou os Jungle, sábado).

Hoje, quando os Interpol subirem ao Palco NOS (22h30), pouco antes de os Elbow chegarem ao Palco Heineken, já teremos ouvido o rock psicadélico dos Temples, banda inglesa que é uma das revelações do ano, as canções de filigrana de Noiserv ou Tiago Bettencourt – e estaremos a aguardar com expectativa o regresso de Kelis, ela de Milkshake (0h20). Amanhã, quando os MGMT estiverem a actuar no Palco NOS (20h30), o Heineken estará a ser agitado pelo rock nervoso dos Parquet Courts (20h30) – e ainda faltará a melancolia nocturna das Au Revoir Simone (24h00) e o psicadelismo digital de Caribou (3h). No último dia, sábado, será difícil escapar à sequência de concertos no Heineken: a partir das 18h40 acolherá Cass McCombs, The War on Drugs, Unknown Mortal Orchestra, PAUS, Daughter, Chet Faker e Nicolas Jaar.

Perante o esgotar dos bilhetes para o primeiro dia, bem como os passes de três dias, a produtora do festival, a Everything Is New, disponibilizou, além dos bilhetes diários (53€), passes para os dois últimos dias de festival, sexta e sábado (89€).

Quem não se deslocar ao Parque Marítimo de Algés, em Oeiras, pode acompanhar o festival no canal RTP NOS Alive. Disponível nas posições 19 e 160 (HD) para os clientes da televisão NOS, emitirá reportagens, entrevistas e emissões de concertos: Imagine Dragons, War on Drugs, Unknown Mortal Orchestra, Parquet Courts, The Lumineers, The 1975, The Fishtails, Bastille e Sam Smith estão garantidos.

A Everything Is New conta com um orçamento de cerca de seis milhões de euros (a que acresce o investimento dos patrocinadores) para a produção do festival.

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