Morreu Daniel Keyes, autor do romance Flowers for Algernon

Autor de um livro de ficção científica que vendeu milhões de exemplares e chegou ao cinema com o título Charly (1968), Daniel Keyes morreu no dia 15, aos 86 anos

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Cena do filme Charly

Daniel Keyes, autor do romance Flowers for Algernon (1966), que se tornou um clássico da ficção científica, morreu no dia 15 na sua casa da Florida, Estados Unidos, aos 86 anos. História de um homem (Charlie Gordon) que sofre de atraso mental e que é submetido a uma intervenção experimental para aumentar o seu QI – experiência até então apenas testada num rato (Algernon) –, o livro de Keyes foi adaptado ao cinema em 1968 por Ralph Nelson.

Daniel Keyes, autor do romance Flowers for Algernon (1966), que se tornou um clássico da ficção científica, morreu no dia 15 na sua casa da Florida, Estados Unidos, aos 86 anos. História de um homem (Charlie Gordon) que sofre de atraso mental e que é submetido a uma intervenção experimental para aumentar o seu QI – experiência até então apenas testada num rato (Algernon) –, o livro de Keyes foi adaptado ao cinema em 1968 por Ralph Nelson.

O filme de Nelson, Charly, teve grande sucesso e valeu a Cliff Robertson, que contracena com Claire Bloom, um Óscar de melhor actor pela sua interpretação do protagonista.

Expansão de um conto publicado em 1959, Flowers for Algernon era já um best-seller quando chegou ao grande ecrã e, desde então, vendeu milhões de exemplares. A intervenção a que Charlie é submetido resulta, transformando-o num génio, mas acaba por só lhe trazer infelicidade, já que o afasta das pessoas que formavam o seu círculo de amizades.

Uma das façanhas de Keyes no livro, narrado pelo próprio Charlie Gordon, é ir testemunhando a evolução intelectual da personagem através da sua utilização da linguagem.

Embora tenha escrito outras obras, e algumas explorando também o tópico da mente humana, pode dizer-se que Keyes é um desses autores aos quais associamos um só livro. O conto de 1959 recebeu o prémio Hugo e a sua versão alargada conquistou o prémio Nebula, dois dos mais importantes galardões para obras de ficção científica.

Filho de emigrantes ucranianos, Daniel Keyes nasceu em 1927, em Brooklyn, e os pais tentaram que o filho seguisse Medicina. Keyes, que acabou mais tarde por se licenciar em Psicologia, conta que desistiu de se tornar médico nas vésperas de se matricular na Universidade, e que na altura lhe ocorreu que a sua carreira académica iria criar uma barreira entre ele e as pessoas de quem gostava. O próprio escritor atribuirá a essa inquietação juvenil a origem longínqua do romance que o iria celebrizar.

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