Matilde Campilho estreia-se como cronista no Ípsilon

Poeta terá uma crónica mensal a partir de Agosto: estará disponível em versão impressa no Ípsilon Brasil, distribuído com a revista da Livraria Cultura, e em versão on-line no site do PÚBLICO.

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Observação do mundo misturada com uma voz poética? Isso é Matilde Campilho, poeta que se estreia como cronista a partir de Agosto no Ípsilon Brasil, suplemento mensal distribuído com a revista da Livraria Cultura nas suas 19 lojas espalhadas pelo Brasil. Por cá, será possível ter acesso às mesmas crónicas através do site do PÚBLICO.

É o início de uma presença regular da escritora que “estourou” na última Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), em Julho: quando esteve no palco da Tenda dos Autores deixou maravilhada a plateia com a sua poesia. Deu autógrafos durante uma hora e meia – chovia e tiveram de fechar a fila  e conseguiu a proeza de ver o seu primeiro livro, Jóquei (editado em Portugal pela Tinta-da-China e no Brasil pela Editora 34), ser o mais vendido naquele que é o mais importante festival literário brasileiro.

Na sessão na FLIP, Matilde Campilho leu um poema inédito que poderá vir a fazer parte do seu próximo trabalho. Mas quando lhe perguntam se há outro livro a caminho, ela responde que não sabe. "Se houver é mais para a frente, não será este ano", diz. Enquanto isso não acontece, teremos dela aquilo a que chama a sua observação do mundo, as crónicas que gostava que dessem tanto prazer aos leitores como lhe dão as que lê em revistas como a New Yorker ou no jornal New York TimesO que serão? Uma coisa é certa: misturam real com poesia. "São uma observação do mundo, mas sempre sem me largar de mim”, diz ao Ípsilon. “A crónica é mais imediata, tem essa relação mais directa – neste caso mensal  com as pessoas que lêem. É quase como permitir, a mim e aos leitores, que acompanhem este processo”, explica a autora, que quando começou a escrever nem contava publicar.

Mas mais de um ano depois de o seu primeiro livro ter ido para as livrarias portuguesas, a sua vida mudou “um bocadinho”. Quando regressou a Portugal depois da euforia que se criou à sua volta na última FLIP – entrevistas atrás de entrevistas, capa de jornais, fãs apanhados de surpresa pelo seu trabalho –, sentiu que estava de volta ao mundo real. “Esta coisa do Brasil foi um ‘susto’, mas voltei para Portugal e para a minha vida normal. Estou a escrever bastante”, conta. Embora defenda que "a literatura é feita por uma mão humana mas a pessoa acaba por não interessar nada", é com muita gratidão que fala do tal susto. “É bonito haver nos festivais a proximidade com as pessoas que te lêem, embora por um lado seja assustador para um escritor ver tanta gente a aproximar-se do seu trabalho. Um escritor não é um cantor ou um actor, que estão habituados a isso. Mas saí de Paraty com um sorriso. Foi estranho mas correu bem.”

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