Números da exposição de Amadeo em Paris aquém das expectativas

Exposição no Grand Palais fez 73 mil visitantes, menos um quarto do que o esperado. Clima pós-atentados ajuda a explicar números.

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A exposição no Grand Palais: Amadeo está em Paris entre 1906 e 1914 Didier Plowy/Rmn-Grand Palais

A exposição de Amadeo de Souza-Cardoso que esta semana encerrou no Grand Palais, em Paris, teve 73.337 visitantes, com uma média de 949 por dia, revelou a instituição através de um comunicado da Reunião dos Museus Nacionais. Os números da exposição dedicada ao pintor modernista português (1887-1918) em Paris estão aquém das expectativas, uma vez que a mesma instituição tinha avançado ao PÚBLICO, na altura da inauguração em Abril, que esperava cerca de cem mil visitantes.

“É sempre difícil projectar os números exactos de uma exposição que vai inaugurar”, respondeu Sandrine Mahaut sobre a avaliação dos números finais feita pelo Grand Palais. Organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Grand Palais, Amadeo de Souza-Cardoso reuniu mais de 200 obras do pintor, que desenvolveu parte da sua carreira em Paris e teve alguma projecção internacional na sua curta vida, e faz parte de uma estratégia de divulgação da obra do artista em termos internacionais, um quase desconhecido na história de arte do século XX. <_o3a_p>

É “uma exposição de um artista pouco conhecido em França”, mas, mesmo assim, “encontrámos uma enorme satisfação entre os visitantes (96%)”, sendo que 44% declarou que essa satisfação ultrapassava as suas expectativas.<_o3a_p>

No Grand Palais, uma das últimas exposições, dedicada à pintora da rainha Maria Antonieta, Vigée Le Brun, teve 237 mil visitantes, sendo a primeira retrospectiva dedicada à artista francesa. Já outra sobre Picasso chegou aos 393 mil. <_o3a_p>

A comissária Helena de Freitas, que em 2006 assinou também a exposição Diálogo de Vanguardas que levou mais cem mil visitantes à Gulbenkian, está muito satisfeita com os resultados: "Há uma linha ascendente desde o início até ao fim. Os números foram crescendo e isso é muito bom." Nesta sexta-feira a desmontar a exposição em Paris, a historiadora de arte lembra também que "é preciso entender estes números no contexto deprimido de uma cidade pós-atentados, o que é falado em todos os equipamentos culturais". Além disso, lembra Helena de Freitas, houve ainda as inundações, com o Grand Palais encerrado, e o Euro 2016, que traz um turismo à cidade que não é o mesmo de Amadeo.

"A base é que o artista não era conhecido e não vale a pensa reduzir tudo a números. A partir daqui já não se pode dizer que o Amadeo não é conhecido em Paris. A internacionalização de Amadeo deve prosseguir o seu caminho, tendo esta sido uma etapa fundamental em que os objectivos foram atingidos." Algumas edições feitas de propósito para a exposição esgotaram e as críticas especializadas "foram no sentido da descoberta e do reconhecimento de que Amadeo é um artista a quem vale a pena dar atenção", destacando a comissária a de Philippe Dagen, do jornal Le Monde

Entre os visitantes, 88% foram franceses e 12% estrangeiros, mais do que média de 10% habitual nas exposições do Grand Palais. E, entre estes estrangeiros, três países estiveram particularmente representados: Portugal (24%),  Bélgica (10%) e EUA (6%).

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