Madonna e Kanye West juntam-se a Jay Z para lançar serviço de streaming

Rapper e outros artistas norte-americanos uniram-se para relançar o serviço de streaming de música online.

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Jay-Z REUTERS/Andrew Kelly/

Jay Z é desde segunda-feira o front-man de Tidal Hifi, um serviço de streaming de música online que mais do que disponibilizar álbuns e temas quer pôr estes produtos sob o comando dos criadores de música norte-americana. Rihanna, Kanye West, Madonna e Jack White estão na segunda fila do projecto, que o rapper comprou recentemente por mais de 56 milhões de dólares e que acaba de relançar com o objectivo de dar uma “nova direcção” ao sector musical de “um ponto de vista criativo e comercial”.

No mercado já existe algo semelhante, o Spotify, mas Jay Z promete com Tidal um serviço com áudio e vídeo de alta definição e conteúdos exclusivos, disponível em 35 países, incluindo Portugal, e pago. Para aceder ao Tidal haverá duas subscrições mensais: 10 dólares (9 euros) para um formato comprimido e 20 dólares para streams com qualidade de CD. É possível experimentar o serviço de forma gratuita por um período de 30 dias.

“O desafio é pôr todos a respeitarem a música outra vez, a reconhecerem o seu valor”, disse Jay Z na apresentação do serviço numa conferência de imprensa em Manhattan. Como um dos artistas norte-americanos mais bem sucedidos na indústria musical, o rapper e empresário (é dono da editora Roc Nation) sublinha a importância de defender o artista e o seu trabalho. “A água é gratuita. A música custa seis dólares, mas ninguém quer pagar pela música. Devíamos beber água de forma gratuita da torneira – é uma coisa bonita. E, se queremos ouvir a canção mais bonita, temos de apoiar o artista”, argumentou, citado pelo New York Times.

Segundo o jornal, Jay Z tem estado a tentar angariar o maior número de nomes possível para o Tidal, principalmente entre os chamados "novos artistas", de vários estilos. Em troca, o músico oferece uma “plataforma que é propriedade dos artistas”.

No lançamento de Tidal, Jay Z quis dar provas de que grandes nomes já se associaram ao serviço de streaming, e ladeou-se de artistas como Beyoncé, a sua mulher, Nicki Minaj, Alicia Keys, o duo Daft Punk ou membros dos Arcade Fire. No evento, o rapper manteve-se em silêncio e deu voz aos seus colegas de indústria. Foi Alicia Keys quem fez as honras da casa e materializou a meta do projecto: “Alterar para sempre o curso da história da música.”

Segundo o site do Tidal, lançado em Outubro do ano passado e adquirido algum tempo depois por Jay Z, o serviço tem actualmente 25 milhões de faixas de música disponíveis, 75 mil vídeos e conteúdos editoriais escritos por jornalistas da área. Terá de enfrentar a concorrência do Spotify, com mais de 60 milhões de utilizadores, 15 milhões destes com subscrição paga. A Apple está a preparar um serviço semelhante, com lançamento previsto ainda para este ano.

A estratégia de Jay Z passa por encorajar os artistas a defenderem e promoverem as suas editoras ao difundirem uma música por semana no Tidal antes de o fazerem junto de outros serviços, criando uma oferta de exclusividade para os utilizadores.

“Será que os artistas vão fazer mais dinheiro? Mesmo que isso signifique lucros menores, absolutamente. Isso é fácil para nós. Podemos fazê-lo. Menos lucro para a nossa linha de fundo, mais dinheiro para o artista. Fantástico", observou este mês o rapper à revista Billboard.

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