Lisboa foi só uma no Festival Zona Não Vigiada

Este sábado havia uma motivação para se ir até à Zona J, em Chelas, com o festival Zona Não Vigiada a ser bem sucedido, pela música de Newham Generals, Norberto Lobo ou DJ Firmeza, mas acima de tudo pelo magnífico e singular ambiente que foi criado.

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As crianças em cima do palco Bruno Simão
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Newham Generals & Jammz Bruno Simão
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Norberto Lobo Bruno Simão
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Pega Monstro Bruno Simão
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Visão parcial da assistência Bruno Simão
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Newham Generals & Jammz Bruno Simão
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DJ Firmeza Bruno Simão
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Zona J Bruno Simão
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Iguanas Bruno Simão
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Pais e filhos entre a assistência Vítor Belanciano
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Cá atrás, ambiente descontraído Vítor Belanciano
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Rodas de dança criadas pela assistência Vítor Belanciano
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Rodas de dança entre os mais jovens Vítor Belanciano

Foi perfeita a festa deste sábado na Zona J, em Chelas, perímetro de Lisboa, no festival Zona Não Vigiada, iniciativa da Casa Conveniente da encenadora Mónica Calle em colaboração com a Associação Filho Único. Boa música, magnífico ambiente, sentido lúdico e muita a gente, das mais diversas origens, condições e cores de pele, a aderir a uma iniciativa singular.

Por vezes parecia que estávamos numa festa de bairro na Nova Iorque dos anos 1980 quando o hip-hop irrompeu. Outras vezes poderíamos ser tentados a pensar que era na Londres que viu nascer o grime nos anos 2000 que nos situávamos. Mas não, era a 1º edição do Festival Zona Não Vigiada, ou seja a Lisboa dos nossos dias, nem centro, nem periferia, cidade em trânsito, sem categorias, nivelada pela vontade de se envolver.

No início da tarde, ainda com muito calor, ouviu-se a música tranquila de Norberto Lobo, depois houve psicadelismo com os Iguanas e rock sem compromisso com as irmãs Pega Monstro. Nessa altura dir-se-ia que a Zona J havia sido salutarmente completada por um público vindo das Avenidas Novas ou dos bairros históricos do centro de Lisboa ou ainda por alguns estrangeiros chamados pela música. Uns vinham pela primeira vez a Chelas, curiosos pelo acontecimento, outros pelos artistas, e vieram todos, pais e filhos, de mãos dadas.

À volta do ringue de futebol da Zona J, num largo rodeado de edifícios urbanos, muitos populares do bairro sentavam-se nos bancos e olhavam curiosos para o inusitado movimento e nos cafés à volta esfregavam-se as mãos de contentamento com o negócio. No recinto, mais à frente, dançava-se. Cá atrás, estava-se, descontraidamente.

Ao final da tarde, o público mais maduro foi dando lugar aos mais jovens, muitos deles provenientes do bairro, ou das zonas adjacentes, fazendo a festa, por entre o dinamismo rítmico quebrado do grime, pelos ingleses Newham Generals e Jammz, auxiliados pelo DJ Logan Sama, ou pelo afro-house, kuduro e outras tipologias feitas de forma artesanal em casa por muitos dos que vivem em zonas habitacionais da periferia de Lisboa, como é o caso de DJ Firmeza, DJ Maboku e Lilocox, todos pertencentes à família Príncipe.

Grupos de adolescentes fizeram rodas para se dançar no meio das mesmas em tom de desafio. O palco foi constantemente invadido pelos mais novos. E confirmou-se que DJ Firmeza é um caso sério na abordagem a tipologias de impacto imediato, fazendo ouvir Zeca Afonso em Grandola vila morena por entre ritmos pós-kuduro, enquanto Maboku aposta num som mais espacial, mas não menos atractivo. No final toda a gente contente. A Zona J, toda a Lisboa, quer mais no próximo ano.



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