Linhas digitais, preto e branco na segunda noite do Portugal Fashion

Na primeira noite da 35.ª edição do Portugal Fashion no Porto, o palco encheu-se de luz. Susana Bettencourt abriu a passerelle principal que fechou com a apresentação de Anabela Baldaque para o Verão 2015.

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Desfile de Estelita Mendonça, com toque desportivo PORTUGAL FASHION / UGO CAMERA
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Desfile de Estelita Mendonça, com toque desportivo PORTUGAL FASHION / UGO CAMERA
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Desfile de Estelita Mendonça, com toque desportivo PORTUGAL FASHION / UGO CAMERA
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Desfile de Carla Pontes PORTUGAL FASHION / UGO CAMERA
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Desfile de Carla Pontes PORTUGAL FASHION / UGO CAMERA

As luzes fortes a encandear a audiência, na passerelle do terceiro piso do Palácio dos CTT na Avenida dos Aliados, deram lugar a uma luz negra que iluminou três modelos. O branco da renda de bilros trabalhada à mão por Susana Bettencourt parou para brilhar e chamar à atenção para o artesanal.

Em Realinhamento, a designer especializada em malhas quis apresentar um contraste entre a nova era digital, a natureza e o craftsmanship – estampados em preto, branco, amarelo e verde água, texturas, malhas, jacquard. Apresentou a colecção na semana da moda de Viena, expôs num show-room em Paris mas só agora esta está completa. “Primeiro concentrei-me numa amostra comercial. Aqui quis mostrar algo mais pessoal”, explicou no final do desfile.

De Paris trouxe a confirmação de novos buyers, entre eles Tóquio e Hong Kong – dois dos objectivos da criadora que se juntam aos mercados de Taiwan e Itália já confirmados na estação anterior. “Devagarinho vão nascendo novas cidades e novo feedback. Em Viena não senti a imprensa internacional, é um processo demorado. Aqui é a francesa”, diz, aludindo às entrevistas no final do desfile a vários jornalistas estrangeiros.

Pelo edifício histórico do Porto passaram também as propostas da jovem criadora Carla Pontes – uma repetente do Bloom que na colecção Pli misturou lima, cinza petróleo e branco óptico em vestidos fluidos alternados com calçado raso branco e saltos – e Mafalda Fonseca que pegou no elemento água e o transformou num Verão azul, preto e cinza. Seguiu-se o menswear com toque desportivo de Estelita Mendonça, pincelado a preto e branco com algodão, poliéster leve e rede soft shell como matérias-primas principais.

Depois da apresentação na Fashion Scout de Londres, Daniela Barros trouxe a sua reflexão sobre a forma ao Porto. Em N_00A, o bege e o preto foram as principais cores de coordenados geométricos leves, descontraídos mas clássicos. Já Hugo Costa, senhor de sportswear de autor – “cada vez mais unissexo” – reforçou a aposta no calçado. Há quatro estações a desenhar sapatos, fabricados em São João da Madeira, considera-os “um mercado apelativo para qualquer designer”.

Nos projectos de Hugo Costa para o próximo Verão estão “básicos fortes, facilmente personalizáveis com, por exemplo, um print da colecção”. Com a identidade estampada nos sapatos – bastante elogiados no final do desfile –, e ideias bem definidas, Hugo Costa avança que o próximo passo é levá-los a feiras internacionais. “É preciso persistir para os clientes perceberem que temos maturidade”, frisa.

O primeiro dia fechou com uma viagem aos anos 1920 e 1950 proporcionada pela colecção feminina Anywhere de Anabela Baldaque com rendas, brocados e tules. Na sexta-feira o Portugal Fashion volta à casa-mãe, a Alfândega do Porto, e continua até sábado.

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