Lenhadores e acrobatas do Canadá apresentam Timbre no Teatro Viriato

“Não há grandes destaques, a não ser que tudo é um destaque”. É assim que Paulo Ribeiro sintetiza a nova temporada do Teatro Viriato, em Viseu. Teatro, dança, música e novo circo para os próximos quatro meses

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Gata em Telhado de Zinco Quente de Tennessee Williams tem encenação de Jorge Silva Melo Jorge Gonçalves

Inspirado nos lenhadores e agricultores do Canadá, os acrobatas do Cirque Alfonse criaram um espectáculo de novo circo que chega em Novembro ao Teatro Viriato, em Viseu. A produção faz parte da programação da nova temporada que foi esta segunda-feira apresentada pelo director artístico desta sala de espectáculos.

Paulo Ribeiro destacou Timber, da companhia norte-americana, como uma produção única, “um espectáculo com música ao vivo, uma parafernália cénica sofisticada”. Um espectáculo onde os criadores desempenham invulgares aparatos acrobáticos inspirados nas matérias-primas da floresta. A presença desta companhia insere-se na digressão mundial que o Cirque Alfonse está a fazer e surge de uma parceria do Teatro Viriato com o São Luiz Teatro Municipal e Teatro Nacional São João.

“Este espectáculo é o ponto de partida para um ano que vai ser bastante preenchido pelo novo circo, uma das áreas performativas menos desenvolvidas no nosso país”, salientou Paulo Ribeiro, referindo-se ao projecto Circus Lab do Teatro Viriato, vencedor do programa internacional Pegada Cultural - Artes e Educação.

Trata-se de um projecto que além da apresentação de espectáculos tem uma dimensão estruturante do ponto de vista da componente artística e de criação. “A partir de Fevereiro de 2015, e durante três meses, vamos ter um chapiteau, uma espécie de tenda de circo gigante e fixa, em Viseu e outras que vão andar pelos concelhos de Nelas, Mangualde, S. Pedro do Sul e Tondela”, disse.

O Circus Lab é um projecto que recorre à experiência do trabalho desenvolvido pelo Cirkus Xanti (Noruega) e pelo Teatro Viriato com comunidades escolares e que se centra na importância da atividade artística em contexto escolar.

Música, dança e teatro

Para os próximos quatro meses, a sala do Teatro Viriato recebe um estreia na área do teatro e ainda a terceira edição do programa New Age, New Time dedicado à dança contemporânea. Este ciclo acontece entre os dias 19 e 22 de Novembro e contará com as presenças de António Cabrita e São Castro, Maria Ramos, Luís Marrafa e António Cabrita, Né Barros e Francisco Camacho, que estreia Et Puor si Muove.

Pela terceira vez, a companhia Artistas Unidos escolheu o Teatro Viriato para estrear um novo trabalho. Gata em Telhado de Zinco Quente, de Tennessee Williams, tem encenação de Jorge Silva Melo e abre a temporada do Teatro Viriato a 19 de Setembro, antes de seguir para uma digressão nacional.

Artista residente no Teatro Viriato, o coreógrafo André Mesquita estreia o trabalho desenvolvido com a comunidade Nós – Isto é o meu corpo (26 e 27 de Setembro). Outubro vai abrir com um café-concerto com o colectivo Malus (dia 8) e prossegue com Gertrudes uma peça de teatro na qual Simão Vale regressa a Shakespeare. Nos dias 16 e 18 Miraginava, com interpretação de Leonor Keil e Margarida Gonçalves, regressa também ao Teatro Viriato. O mês encerra com o projecto Nacional Material Paisagem com Argonautas, de Alfredo Martins, estreado em 2011 no Teatro Nacional Dona Maria II, onde o público é desafiado a integrar uma performance-debate sobre a imigração, a partir da história de Jasão e Medeia.

Novembro abre com a música de Adriana Queiroz e segue com a apresentação do espectáculo O Fascismo dos Bons Homens do Trigo Limpo Teatro ACERT. O mês encerra com a história trágica de Yerma, uma adaptação do poema de Federico Garcia Lorca pelo encenador João Garcia Miguel.

Dez anos depois na Montanha (3 de Dezembro) é uma conferência-performance com Luís Costa e Manuela Barile para dar a conhecer o trabalho da Binaural/Nodar. O mês de Dezembro fica ainda marcado pela apresentação da peça Cyrano de Bergerac (12 e 13) pela Companhia Primeiros Sintomas. 

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