Keith Richards

Andamos tanto à procura dos novos talentos como dos velhos. Os velhos são mais de fiar. Os novos, por muito prazenteiros, ainda têm de provar-se.

Afinal os grandes músicos do século XX mostram, no século XXI, que são fãs e seguidores de outros músicos muito menos conhecidos do século XX.

Procure, se quiser gozar e aprender de graça, com um dos segundos-melhores dos prazeres, a série "At Home With Keith Richards" na rádio online da BBC.

Tal como Bob Dylan, Keith Richards está muito mais apaixonado pelos mestres que teve do que por ele próprio. Dylan acha, com razão, que é o resultado de tudo o que lhe aconteceu. Richards, com razão ainda maior, mostra que a sorte dele foi ter aprendido e ter podido participar.

Richards é quase tão fã como Dylan. Ambos dizem dever a carreira a outros – possivelmente melhores; certamente mais sabidos – que foram exemplos ou ensinadores.

Hoje começa, na mesma BBC Radio grátis para todos os portugueses, a magnífica série de programas, apresentada por Kris Kristofferson, sobre os 70 anos de Bob Dylan.

A música popular do século XX cada vez se torna mais distante; mais histórica. E cada vez é mais é difícil, longe dos críticos e dos historiadores, ouvir (ou ler) a voz dos músicos que fizeram e deixaram a música que continuou a chatear-nos até hoje.

Andamos tanto à procura dos novos talentos como dos velhos. Os velhos são mais de fiar. Os novos, por muito prazenteiros, ainda têm de provar-se.

Keith Richards é um grande músico, historiador satírico e participante altamente crítico e divertido em todas as experiências por que passou.

Seja ouvido o senhor.

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