Justiça suíça confisca relíquias saqueadas de Palmira

Entre as peças arqueológicas estão uma cabeça de Afrodite e dois baixos-relevos funerários.

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O Museu de Arte e História de Genebra fica temporariamente na posse dos bens, que serão expostos ao público AFP/Gabinete do Ministério Público de Genebra

Várias relíquias saqueadas de Palmira (Síria), do Iémen e da Líbia, e que estavam guardadas há alguns anos em portos francos, foram confiscadas por ordem do Ministério Público do cantão suíço de Genebra.

Os objectos arqueológicos confiscados foram armazenados nestes locais entre 2009 e 2010. Foi um controlo alfandegário realizado em Abril de 2013  que"despertou a suspeita de a sua procedência ser ilegal", explica o Ministério Público (MP) de Genebra num comunicado neste sábado citado pela France Presse. A maior parte das peças terão sido enviadas por saqueadores a partir do Qatar para a Suíça, segundo os responsáveis pela investigação judicial.

Os portos francos são depósitos que servem para armazenar todo tipo de objectos sem que seja necessário pagar direitos alfandegários ou explicar a sua proveniência. 

Esta investigação começou há anos. Contactadas por representantes das alfândegas no início de 2011, as autoridades de Berna enviaram um especialista que acabou por confirmar a autenticidade das peças arqueológicas e, em Fevereiro passado, foi aberto um procedimento penal.

Datados dos séculos III e IV, os objectos confiscados incluem uma cabeça de Afrodite e dois baixos-relevos funerários. Três das relíquias são oriundas de Palmira, a cidade património mundial da humanidade que foi conquistada e parcialmente destruída pelo Estado Islâmico. Outros cinco objectos são provenientes do Iémen e a cabeça de Afrodite é oriunda da Líbia.

O Museu de Arte e História de Genebra fica temporariamente na posse dos bens, que serão expostos ao público, enquanto se aguarda que sejam entregues aos seus países de origem.

Notícia corrigida às 7h55 de 4/12/16: o Qatar não integra os Emirados Árabes Unidos, ao contrário do que estava escrito

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